Com a ajuda de 81 aviões, 286 participantes efectuaram cerca de 463.000 quilómetros de voo por 18 países africanos desde Dezembro de 2013. No total, 352.271 elefantes foram contabilizados, ou seja, menos 30% do que a população estimada de 2007.

Esta queda aumentou também de ritmo ao longo dos anos e atinge actualmente 8% por ano, segundo o estudo, que identificou Angola, Moçambique e a Tanzânia como zonas particularmente afectadas pela caça furtiva.

"Fizemos um inquérito de dimensões colossais e o que descobrimos é profundamente preocupante", declarou Paul Allen, cofundador da Microsoft e filantropo que financiou o projecto em sete milhões de dólares, citado em comunicado.

O objectivo do estudo era criar uma base de dados fiável para o estudo futuro das populações de elefantes, com vista a proteger melhor esta espécie dizimada pelos caçadores furtivos por causa dos seus dentes de marfim.

Paul Allen deseja lançar em breve um estudo semelhante incidindo sobre os elefantes que habitam nas florestas africanas.

"Sabendo que as populações de elefantes estão em queda, partilhamos a responsabilidade colectiva de agir", sustentou Allen, precisando que os resultados do estudo serão publicados por ocasião de uma conferência da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) no Hawai.

Além da ameaça crescente da caça furtiva em Angola, Tanzânia e Moçambique, os especialistas concluíram que as populações de elefantes que vivem nas savanas do nordeste da República Democrática do Congo (RDC), do norte dos Camarões e do sudoeste da Zâmbia estão ameaçadas de uma "extinção local".

Apesar destes maus indicadores, as populações de paquidermes são estáveis, ou mesmo em crescimento, na África do Sul, no Botsuana, no Uganda, em algumas partes do Quénia, na Zâmbia, no Zimbabué e no Malaui, bem como na reserva W-Arli-Pendjari, que se estende pelos territórios do Benim, da Nigéria e do Burkina Faso.

"Se não conseguirmos salvar os elefantes, que esperança poderá haver para o resto da fauna selvagem africana?", interrogou-se Mike Chase, da organização Elefantes Sem Fronteiras, que dirigiu o recenseamento.

O registo dos elefantes das savanas deve ainda ser efectuado em dois países - a República Centro-Africana e o Sudão do Sul - aos quais foi dificultado o acesso pelas crises acompanhadas de combates de que estes países têm sido palco nos últimos anos.