Para analistas políticos, a presença do Presidente angolano na cimeira reforçará os laços com o país mais desenvolvido do mundo.
"Espero que o presidente José Eduardo dos Santos responda a este convite, visto que a presença do secretário de Estado norte- -americano, John Kerry, deu para observamos que as relações estão no bom caminho", disse ao Novo Jornal o professor universitário Januário Cariamba.
Para o analista político João Alves Simaco, o Presidente Obama vai enviar convites a todos os países africanos que mantenham boas relações com os Estados Unidos ou não tenham sido suspensos da União Africana.
"Penso que essa será uma grande oportunidade para o país convidado", resumiu, salientando que fazer representar-se "seria uma falha". (penso que queria escrever: … estar ausente/não estar presente "seria uma falha".
"Guiné-Bissau, Sudão, Egipto e Madagáscar não foram convidados devido à situação política em que vivem, enquanto o Zimbabwe também ficou de fora devido às sanções impostas. Isto não é bom para esses países", salientou.
A respeito da visita a Angola, o secretário de Estado norte-americano deixou claro o papel do país e do Chefe de Estado no diálogo para a pacificação da região dos Grandes Lagos. A visita abriu uma nova perspectiva na abordagem dos interesses comuns entre os dois Estados.
Na ementa dos encontros estiveram as relações diplomáticas, a cooperação económica, assim como questões regionais no momento em que Angola assegura a presidência rotativa da Conferência dos Países dos Grandes Lagos.
John Kerry saudou "o empenho" de Angola na busca de soluções para a paz e estabilidade em África e manifestou a convicção de que as relações bilaterais vão além das questões económicas.
Kerry, que falava à imprensa após consultas com o homólogo angolano, Georges Chikoti, destacou, além da economia, as questões ligadas ao desenvolvimento e à paz e estabilidade na região dos Grandes Lagos.
"A liderança do Presidente (José Eduardo) dos Santos está a fazer a diferença", salientou Kerry, referindo- se à presidência angolana da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, desde Janeiro passado.
Um dos pontos comuns é a preocupação com a instabilidade que ainda se vive na região dos Grandes Lagos.
"Angola está a assumir um papel central, diria até integral, ao conseguir unir os países africanos, conduzindo- os a uma paz duradoura na região dos Grandes Lagos", destacou o dirigente norte-americano.
"Tive a ocasião de agradecer ao Presidente dos Santos pelo seu excelente trabalho e liderança, concretamente na presidência da Conferência Internacional sobre os Grandes Lagos, onde está comprometido para que haja uma solução com êxito", acrescentou o governante norte-americano.
No encontro com os jornalistas ficou também a saber-se, pela voz de Kerry, que Angola vai promover e acolher em breve uma reunião de alto nível para se encontrar uma solução para o fim do conflito na República Centro Africana (RCA.
"Angola está disposta a convocar reuniões de alto nível entre as partes da República Centro Africana e a prestar mais ajuda a este país", disse.
Kerry sublinhou o papel e o compromisso de Angola em relação à República Democrática do Congo (RDC) e referiu que os Estados Unidos já disponibilizaram 100 milhões de dólares em ajuda à missão francesa e às forças da União Africana, além de 67 milhões em ajuda humanitária.
O secretário de Estado norte- -americano falou da cooperação estratégica entre Angola e os EUA e reconheceu que o diálogo entre os dois países não tem sido rápido. "Estou aqui para confirmar que os Estados Unidos querem aumentar e incrementar este diálogo", clarificou.
Nesse sentido, Kerry manifestou- se satisfeito com a decisão do Departamento de Comércio norte- -americano em abrir brevemente em Luanda uma representação para "apoiar as relações económicas" entre os dois países.
Ainda no capítulo da cooperação económica disse que Angola é um parceiro "muito importante" para os Estados Unidos.
"Angola é uma economia que tem crescido muito e continua a crescer. Falámos hoje de formas específicas de os dois países consolidarem essa relação", adiantou.
Nesse âmbito enquadram-se as duas linhas de crédito que vão ser abertas pelo norte-americano EximBank no valor de 900 milhões de dólares.
Deste montante, 600 milhões destinam-se à compra de um Boeing 777 para a companhia aérea angolana, TAAG, ao passo que os restantes 300 milhões serão destinados a projectos sociais diversos.