Este fluxo de pessoas intensificou-se nos últimos dias e chegam a passar a fronteiras até 2.500 pessoas por dia, o que dificulta a tarefa das agências das Nações Unidas para chegar a todos os deslocados, disse Melissa Fleming, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
"Agradecemos ao Governo do Uganda, que reconheceu todos como refugiados", sublinhou.
As equipas do ACNUR e parceiros estão a tentar garantir água e saneamento nos postos fronteiriços e nos centros de acolhimento de refugiados de Arua e Adjumani, ambos na região do Nilo ocidental, no noroeste do Uganda.
Este êxodo de sul-sudaneses pode agravar a situação dos refugiados no Uganda, onde estão a chegar cada vez mais pessoas da República Democrática do Congo. Nas últimas semanas, as autoridades ugandesas registaram oito mil novas entradas.
Embora em número mais reduzido, os sul-sudaneses estão também a fugir para outros países, como a Etiópia e o Quénia, com 5.300 e 3.200 novos refugiados oriundos do Sudão do Sul registados desde o início do conflito.
Melissa Fleming afirmou que os números reais devem ser muito mais elevados devido às dificuldades de acesso a algumas zonas do país e áreas fronteiriças.
As agências da ONU estão a prestar ajuda a cerca de 230 mil deslocados internos, que vivem em dez campos distribuídos por todo o país, além dos 57 mil civis que encontraram refúgio nas bases das Nações Unidas no Uganda.
Na segunda-feira, o ACNUR fretou um avião entre Nairobi e Juba com ajuda humanitária, que incluía 12.500 mantas, 2.500 conjuntos de cozinha e quatro mil lonas de plástico para cerca de 20 mil pessoas na capital do Sudão do Sul.
Em Maban, no noroeste do país, as agências humanitárias estão a prestar ajuda a 120 mil pessoas em quatro campos, já com assistência médica e água potável, e rações de comida distribuídas para os próximos 45 dias.
Lusa / NJ