Cadogo, como é conhecido Carlos Gomes Júnior na Guiné-Bissau, foi deposto num golpe de estado militar a 12 de Abril de 2012 e vive exilado em Portugal.

Em julho anunciou em declarações à agência Lusa que pretende regressar à Guiné-Bissau para concorrer à Presidência da República.

Em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião do comité central do PAIGC, o partido mais votado no parlamento da Guiné-Bissau, Saturnino da Costa disse que não aconselha Carlos Gomes Júnior a voltar ao país porque não pode garantir-lhe segurança.

"Se eu mesmo não tenho segurança para a minha pessoa, como posso garantir segurança para Carlos Gomes Júnior? Não o aconselho a voltar ao país nestas circunstâncias", afirmou Saturnino da Costa.

O responsável do PAIGC diz que não pretende "em circunstância alguma colocar em risco a vida de Gomes Júnior".

Com o exílio de Carlos Gomes Júnior e de outros dois vice-presidentes do PAIGC (Raimundo Pereira e Adiatu Djalo Nandigna), todos atualmente em Portugal, é Manuel Saturnino da Costa, na qualidade de primeiro vice-presidente, quem tem coordenado o partido.

As autoridades civis e militares que controlam a Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado têm repetido que Gomes Júnior pode regressar ao país, mas sem privilégios de segurança - ou seja, sujeitando-se às condições normais de segurança que são garantidas a qualquer cidadão

O Procurador-geral da República, Adbu Mané, anunciou ainda que, se Carlos Gomes Júnior voltar ao país, poderá ser detido no âmbito de alegados processos-crimes em que é tido como suspeito.

Lusa / Novo Jornal