Os membros das duas principais etnias do país, os Oromo e Amhara, protestam há vários meses contra o Governo do país, acusando-o de discriminação a favor do grupo étnico Tigrayans, que acusam de ocupar posições-chave no Executivo e nas forças de segurança.
Testemunhas citadas pela agência noticiosa France Presse relataram que pelo menos sete manifestantes morreram em Nemekte, no oeste do país, na região de Oromia.
Também ontem, dezenas de pessoas foram detidas numa concentração de cerca de 500 pessoas, com forte presença policial, na praça principal de Adis Abeba, gritando frases de protesto como "queremos a nossa liberdade" e "libertem os nossos presos políticos".
O primeiro-ministro da Etiópia, Haile Mariam Dessalegn, anunciou na sexta-feira a proibição de manifestações que "ameaçassem a unidade nacional" e apelou à Polícia a usar todos os meios ao seu dispor para as prevenir.
Embora de dimensão pequena, o protesto de sábado foi o primeiro de um conjunto de manifestações promovidas pelos dois grupos étnicos - que representam cerca de 80% da população - a ocorrer na capital.
As autoridades da Etiópia admitem que pelo menos uma dezena de pessoas morreu em confrontos com a Polícia devido a disputas territoriais nas últimas semanas.