Lee Berger, que determinou a importância da descoberta feita por dois exploradores amadores, e que ainda não foi sujeita à apreciação dos seus pares, passo essencial para o reconhecimento da relevância científica dos achados e pesquisas científicas, chamou a este indivíduo Homo Naledi.

Com um cérebro do tamanho do de um chimpanzé, 465-610 cm3, esta espécie, segundo Berger, não só enterrava os seus próximos com deferência como colocava símbolos com relevância espiritual e social nas paredes das suas tumbas.

Citado pelo site Africanews, Lee Berger diz que vai anunciar ao mundo a sua descoberta de uma espécie não-humana que "controlava o fogo e enterrava os seus mortos de forma ritualizada" de forma repetida e intencionalmente marcante.

Apesar do maravilhamento de Berger, conhecido no meio científico por se entusiasmar excessivamente com este assunto, alguns especialistas já vieram a público mostra-se cépticos quanto a esta "descoberta" e avançam que vai ser necessário percorrer um longo processo científico de verificação e confirmação para validar esta descoberta.

Recorde-se que o Homo Naledi foi mostrado ao mundo há 10 anos por Lee Berger depois de ter encontrado o mais importante depósito de fosseis de hominídeos em África.

Dominic Stratford, um professor de geo-arqueologia da Universidade de Witwaterstrand, ainda citado pelo Africanews, sublinha que está "céptico sobre esta alegada descoberta" por não estar certo de que a junção das ossadas não possa ter ocorrido por outra via que não a sua deposição ritualizada.

Uma das possibilidade é essa junção ter sucedido através de enxurradas ou movimentações de terras em episódios telúricos.

Isto, porque um dos pontos fortes da teoria de Berger é que as ossadas estão depositadas no mesmo local, segundo uma alegada ordem e sequenciação, o que revela sem dúvida um hábito ritualizado, logo com expansão de uma eventual religiosidade.

Algumas das dúvidas existentes sobre a descoberta da chamada Caverna da Estrela Nascente, em 2013, é que não foi ainda possível determinar sem margem para dúvida as espécies de Homo encontradas no local, sendo que são milhares de partes e ossadas e um mínimo de 15 indivíduos integralmente preservados.

Uma das características que denota distinção para com as restantes espécies Homo da altura é que estes, embora caminhassem com relativa facilidade na posição erecta, o seu modus vivendi estava mais adaptado à copa das árvores.

A Caverna foi encontrada por dois exploradores amadores, Rick Hunter e Steven Tucker, que, face à importância evidente do achado, contactaram os paleontólogos Lee Berger e Pedro Boshoff, a quem mostraram as fotografias da câmara fúnebre onde estão depositadas as ossadas fossilizadas.

Desde esse momento, com grande entusiasmo, Berger tem procurado demonstrar que se trata de uma descoberta que pode mudar a forma como a ciência olha para a história geral da Humanidade.

Apesar de muitas interrogações colocadas pelos seus pares, o paleontólogo norte-americano nunca desistiu e vem agora dizer que tem a prova definitiva para dar consistência à sua teoria: a ritualização e as cerimónias fúnebres de uma espécie que se pensava não ter tal comportamento neste período.

Uma das primeiras críticas que recebeu foi ter afastado do processo, de forma a ficar com a fama e o proveito apenas para si, os restantes envolvidos, Boshoff, Tucker e Hunter, estes dois últimos conhecidos como exploradores de grutas ou, "astronautas subterrâneos".