"Existe, à margem da elite, aqueles considerados escolhidos". É com esta breve frase que Sandro Bartolomeu, jovem grafiteiro de Luanda, resume as críticas dos fazedores dessa arte à suposta "desvalorização" por que passam os homens e mulheres que usam o lápis e spray para eternizar numa parede ou outra estrutura as suas ideias ou reivindicações.

Forma de manifestação artística "nascida" nas ruas de Nova Iorque, EUA, por volta da década de 1970, o grafiti tem vindo a conquistar cada vez mais jovens criadores em Angola, embora não se possa dizer o mesmo quando o assunto é reconhecimento, como se queixa Sandro Bartolomeu, que vê as suas críticas reforçadas por um homólogo, Azevedo Correia, de 29 anos.

De acordo com este artista, que pratica grafiti há mais de uma década, a não-valorização dessa arte, identificada sobretudo na ausência de políticas públicas de fomento e recompensa dos seus fazedores, não apenas entristece os artistas, como também "silencia" a cultura.

Azevedo Correia desconfia que a fraca aceitação de que são vítimas os grafiteiros em Angola decorra da visão de que esta arte seja "um acto de vandalismo".

Por isso, aliás, é que Paulo Trindade, outro jovem grafiteiro ouvido pelo Novo Jornal, apela a que o Estado se esforce em cadastrar os jovens artistas, com vista, por exemplo, a "socorrer-se" deles nos trabalhos de requalificação urbana e não só.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)