Em declarações à Angop sobre a actual tendência do mercado angolano, Karina Barbosa adianta que a inexistência de uma indústria têxtil faz com os criadores e agentes gastem muito dinheiro no processo de importação da matéria-prima, pois as taxas tributárias no país são bastante elevadas.

"A falta de indústria têxtil deveria ser um motivo para as cargas tributárias sobre os artigos de moda serem mais baixas, pois se não se produz localmente roupa, sapatos, a única solução é importar, então os impostos deveriam ser muito mais baixos. Se os donos das lojas têm encargos elevados para conseguir fazer chegar as mercadorias ao país, depois não têm como oferecer o produto ao cliente final a um valor acessível à maioria da população", disse.

A também directora-geral da agência Step Models afirma que para quem quer produzir, como os criadores de moda, por exemplo, deveria haver condições especiais de importação de matérias-primas para incentivar o aumento da produção nacional.

"Se imposto é o mesmo para importar uma peça de tecido ou um vestido já confeccionado, os criadores de moda terão uma extrema dificuldade em ter preços que possam competir com as lojas que vendem pronto-a-vestir de marcas internacionais", assevera.

Karina Barbosa realça ainda serem necessários mecanismos que possibilitem aos revendedores e aos criadores de moda importarem com menor carga tributária e, em função disso, fiscalizar os preços praticados ao consumidor final. Relativamente a formação, a fonte adiantou que para os criadores de moda é fundamental, pois contribuirá na produção de peças com elevada qualidade, e tendo acesso a mais e melhores materiais para trabalhar o resultado final será sempre melhor.

Manifestou também a sua satisfação pelo facto de as carreiras e o sucesso que manequins como Maria Borges e Sharam Diniz contribuir para a divulgação do trabalho feito em Angola.

"O que elas fazem nos mais altos e exclusivos circuitos da moda internacional transmite uma imagem apelativa, moderna e interessante de Angola. Suscita curiosidade junto das pessoas que as conhecem e que trabalham com elas, e desperta interesse em quererem conhecer melhor o país. Ajuda a criar o interesse pela moda angolana que depois se pode estender também aos criadores", disse.

Angop / Novo Jornal