"No passado, o investidores achavam que bastava aterrar em Angola, abanar uma árvore e colher os lucros", disse o dono do grupo 7 Cunhas, que tem dezenas de negócios no país, com destaque para o sector da construção civil.
Para o empresário, que falou à agência financeira Bloomberg, essa visão facilitista do mundo dos negócios angolano distorceu o funcionamento do mercado.
"Isso não era normal. O que está a acontecer agora é a normalização da economia", apontou António Cunha, desdramatizando algumas análises mais catastrofistas da realidade angolana, responsáveis já pela debandada de alguns empresários, nomeadamente chineses.
"Muitos fecharam os negócios e voltaram para a China a chorar", lamentou no início deste ano, Xu Ning, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Angola-China.
O responsável acrescentou ainda que aqueles que decidiram (ou conseguiram) ficar em Angola continuam a tentar recuperar desse desastre, causado pela quebra acentuada do preço do barril do petróleo.
Embora o novo ritmo da economia nacional salte à vista, Alves da Rocha, que também falou à Bloomberg sobre os desafios económicos do país, lembra que o mesmo não apaga a dependência nacional do crude.
"A parte difícil depois da votação é "reparar" a economia, que continua a depender do petróleo", adiantou o economista.
A necessidade é reconhecida por João Lourenço, que os resultados provisórios das eleições de 23 de Agosto apontam como próximo Presidente de Angola.
Depois de ter feito a apologia da diversificação da economia durante a campanha eleitoral, o candidato do MPLA reafirma, numa entrevista divulgada hoje pela agência espanhola Efe, que uma das prioridades do país é captar investimentos para os diversos sectores da economia.
"Diversificar a economia é fundamental e indispensável para sobreviver, é imprescindível abrir a nossa economia e esquecermos um pouco o petróleo", afirmou João Lourenço.