Com uma capacidade de produção de 700 megawatts de energia, a segunda central da Barragem de Cambambe, na província do Kwanza-Norte, entrou hoje em funções, mais do que duplicando a oferta de electricidade da infra-estrutura, que com a reabilitação da primeira central foi fixada nos 260 megawatts.

Segundo o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, que discursou na cerimónia de inauguração da nova central, a empreitada custou 2 mil milhões de dólares aos cofres do Estado, que deverão ser recuperados em quatro anos, considerando um encaixe anual equivalente a 500 milhões de dólares - valor calculado com base numa tarifa de 10 cêntimos por quilowatt/hora.

O governante lembrou que a execução do projecto, a cargo da brasileira Odebrecht, consumiu oito anos de intenso trabalho, traduzidos na criação de mais de 10 mil postos de trabalho.

De entre os pontos mais importantes desta empreitada, que vai levar energia a 8 milhões de pessoas, salientam-se a instalação de um novo sistema composto por quatro novas turbinas, perfazendo um total de oito, e o acrescento de 30 metros à parede da infra-estrutura, que passou a ter uma queda de 130 metros.

Esta barragem foi inaugurada em 1958, pelo então Presidente português, Américo Tomás, e tinha inicialmente uma capacidade de produção de 180 megawatts.

A infra-estrutura sofreu severos danos por falta de manutenção durante os anos de guerra, tendo a sua produção descido para números insignificantes e, em 2007, começou a ser projectada a sua reabilitação e reforço da produção, permitida pelas condições do rio e pela configuração inicial do projecto.