Situado no Egipto, o Canal do Suez liga o Mar Mediterrâneo (Oceano Atlântico) ao Mar Vermelho (Mar Arábico, Golfo Pérsico e Oceano Índico), constituindo uma das principais rotas marítimas do comércio global.

Este navio porta-contentores está tombado, de lado, impedindo a passagem de todas as embarcações, mesmo as mais pequenas, podendo provocar a disrupção do comércio mundial, constituindo mais um obstáculo importante em cima dos constrangimentos gerados pela pandemia da Covid-19.

Ao dividir a África da Ásia, este canal tem uma importância inestimável para o comércio entre estes dois continentes desde que foi inaugurado, a 17 de Novembro de 1869, sendo ainda importante para a ligação da África Oriental e a Ásia às Américas.

O porta-contentores MV Ever Given está a bloquear o Canal do Suez desde a tarde de terça-feira, não sendo, segundo as agências, ainda claro o que levou este gigante a encalhar, atravessando-se no estreito canal, deixando intransitável uma das mais importantes rotas do comércio global, embora tenham sido relatados ventos fortes na região aquando do acidente.

A companhia que opera este navio, de bandeira de Taiwan, referiu que o Ever GIven foi brutalmente fustigado por ventos fortes e inesperados, sem adiantar mais, referiu a agência AP.

Não há registo de vítimas. Nem sinais de que se tenha tratado de um atentado. E o navio é novo, foi construído em 2018, na Holanda, não sendo conhecidos quaisquer problemas técnicos.

As operações para recolocar o gigante dos mares a flutuar, através de balões de ar gigantes, já começaram, mas não foi avançado o tempo necessário para libertar o Canal do Suez, havendo especialistas citados pelas agências a admitir que o problema se pode prolongar durante vários dias.

Quais as consequências para os mercados, ainda é cedo para aferir, porque, segundo analistas, vai depender do tempo que vai ser necessário para reabrir o canal, mas os efeitos não serão tão devastadores como seriam se o comércio mundial não estivesse em baixa devido aos efeitos da pandemia.

Todavia, se a pandemia dilui os efeitos de um acidente deste tipo, sublinham ainda os analistas, é igualmente verdade que se a reabertura demorar excessivamente, a situação pode prejudicar a recuperação a que se começa a assistir.

No que diz respeito ao petróleo, sendo um importante ponto de passagem do crude que parte do Golfo Pérsico e Mar Arábico para a Europa e Américas, os efeitos esperados são um aumento nos preços, mas a dimensão deste efeito vai depender igualmente do tempo que demorar para a sua reabertura.

Para já, o crude está a ganhar mais de 3,20%, para os 62.77 USD, depois de uma forte queda na terça-feira, como o Novo Jornal noticiou já hoje, aqui, sucedendo o mesmo com o WTI de Nova Iorque, que ganhou valor de forma significativa, mais de 3,15 %, para os 59,59 USD, nas últimas duas horas, desde que as notícias sobre o incidente no Canal do Suez se alastraram a todo o mundo.