As três criações produzidas a partir de uma pedra única de 46 quilates, de um rosa translúcido único, que lhe confere a classificação de VVS1, o que corresponde ao melhor entre os melhores, ocorrendo em menos de 1% de todos os diamantes com esta coloração em todo o mundo, são um coração com 15,2 quilates e duas preciosidades mais pequenas, com 3,3 e 2,3 quilates em forma de pêra.
A mina do Lulo, explorada pelos australianos da Lucapa Diamond Company, em parceria com a Endiama (concessionária) e a Rosa & Pètalas, tem colocado Angola sob os holofotes do mercado global de diamantes devido à qualidade das gemas ali extraídas, mas, essencialmente, devido à sua qualidade, basta lembrar que em Fevereiro de 2016 foi responsável por encontrar o maior diamante jamais produzida pela indústria diamantífera nacional, com 404 quilates.
Esta "pedra", adquirida pela famosa joalheira suíça, de Grisogono, por 16 milhões USD, foi, depois, transformada numa rara jóia que valeu, em leilão, cerca de 34 milhões de dólares. Mas não só, é também no Lulo que tiveram origem os restantes 4 diamantes que perfazem o top 5 dos maiores encontrados em Angola.
As três peças, trabalhadas pela Safdico, uma das mais respeitadas empresas de lapidação e comércio de diamantes, que estabeleceu com a Lucapa uma parceria que permite a partilha dos lucros entre os associados do Lulo e esta empresa.
Esse "negócio" só foi possível depois da profunda alteração produzida pelo Executivo de João Lourenço no sector dos diamantes, alargando o universo de possibilidades e dando outra atracção a esta indústria em Angola, como é reconhecido pelo CEO da Lucapa.
Stephen Wetherall, citado pela imprensa especializada, sublinha que a actual legislação, que foi renovada recentemente, para o sector dos diamantes e do seu comércio "teve o desejado efeito de abrir novos canais de possibilidades, como é o caso desta parceria" agora estabelecida com a Safdico, o que "permite mostrar de forma ainda mais evidente os benefícios que daí advêm para os diamantes extraídos no Lulo".
Os diamantes rosa são dos mais raros em todo o mundo e há um novo movimento no sector que pode levar o Lulo, onde esta coloração, apesar de rara, como em todo o lado, tem, de tempos a tempos, feito brilhar os olhos dos sócios neste couto mineiro, a ter ainda mais importância em matéria de interesse para o futuro, que é o encerramento da mina que era responsável pela produção global de 90% deste tipo de gemas, na Austrália, região de Kimberley, gerida pela Rio Tinto.
Com o fecho desta mina, por esgotamento, ao fim de 37 anos a produzir, osa diamantes rosa passam a ter o estatuto de verdadeiras preciosidades e o Lulo em agora um novo patamar de afirmação por desbravar, oferecendo ainda uma oportunidade de valorização destas jóias agora produzidas.
As três "pedras" vão agora ser vendidas pela Safdico, mas o local e o calendário ainda não foram divulgados, porque, recorrentemente, este tipo de jóias ganham em valor e notoriedade quando o tempo passa por eles e mais pessoas os puderam ver e "sentir", naquilo a que normalmente se denomina a "sociabilização das gemas" que conduz à formação de "afecto entre o diamante e o seu futuro proprietário.