Neste "report", o FMI aponta para Angola um crescimento de 3% do seu PIB em 2022 subindo ligeiramente para 3,3 por cento em 2023, sendo bastante mais optimista para 2024, onde chegará aos 3,8% e para 2025, prevendo para esse ano um crescimento de 4%.

Na África Subsaariana o melhor comportamento em 2022 e 2023 vai para países sem produção expressiva de petróleo, como o Senegal, com 5% e 9,2%, respectivamente, o Níger, com 6,9 e 7,3 % e para a RDC, com 6,4 e 6,9 por cento.

No global, o FMI sublinha que a economia mundial está a atravessar um período de aperto geral e um arrefecimento mais substantivo que o esperado, por causa da inflação mais alta em várias décadas, arrastando consigo uma "crise de aumento do custo de vida", afunilando as condições financeiras em muitas regiões, como é o caso da África Subsaariana.

Por detrás deste cenário delicado estão, com maior peso e influência, ainda, os efeitos de longo prazo da pandemia da Covid-19 e, mais perto, a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que conduz o crescimento global a um descer de degrau acentuado de 6.0 em 2021 para 3,2% em 2022 e 2,7 por cento em 2023.

No documento, o FMI chama a atenção para o facto de se tratar do mais frágil crescimento verificado nos últimos anos, exceptuando as fases agudas da pandemia e da crise financeira mundial.

Sobre a inflação, que o próprio FMI admite poder, com alguma certeza, levar a uma recessão nos EUA e na Europa ocidental, as previsões para 2022 são de 8,8%, contra os 4,1 em 2021, devendo descer para perto dos 6,5 em 2023 e 4,1 por cento em 2024.

O Fundo aconselha a que seja mantida a politica monetária de forma a restaurar a estabilidade dos preços e a política fiscal deve ser aliviada para reduzir o custo de vida, sublinhando ser ainda fundamental proceder às reformas estruturais necessárias de forma a suportar a luta contra a inflação e melhor a produtividade e diluir os constrangimentos no acesso aos bens.

A "cooperação multilateral é necessária para avançar na transição energética", aponta o FMI.

No mundo, o pior desempenho este ano vai claramente para a Ucrânia, com uma quebra muito acentuada ( - 35% ) no seu PIB, e o melhor vai para o Iraque, com 9,3 por cento. E em 2023, o pior vai ficar na Europa com - 2,3 para a Rússia, cenário bastante melhor que o inicialmente previsto, e - 0,3 para a Alemanha, - 0,2 para a Itália e - 0,1 para a Suécia, não havendo dados sobre o que espera a Ucrânia, sendo o melhor desempenho esperado para a Líbia, com 17,9 %.