Com o foco colocado no potencial daquela que vai ser, quando estiver integralmente desenvolvida, a maior zona de comércio livre do mundo, este documento, um mapa com o roteiro mais fácil e curto para aproveitar o potencial africano, um continente com tudo para crescer acima da média mundial nas próximas décadas, aponta como áreas prioritárias a indústria automóvel, a logística de transportes, o sector farmacêutico e a agro-indústria.
Estes quatro sectores em África têm actualmente um valor partilhado de mais de 130 mil milhões de dólares, o que representa já um importante chamariz, mas é-o ainda mais o facto de existir espaço para um substancial crescimento, como nota este documento.
Com este momento de grande destaque no FEM, o objectivo foi claramente mostrar aos investidores globais e pan-africanos que são imensas as vantagens em apoiar o processo em curso de construção integral da AfCTFA, actualmente a evoluir por etapas, com vários países e lidarem com mais ou menos dificuldades internas na adequação da legislação a esta nova realidade, especialmente na área das alfândegas e impostos.
O documento, segundo a nota enviada ao Novo Jornal pelos serviços de imprensa do FEM, este é o primeiro documento com esta natureza a ser divulgado e visa, entre outros objectivos, incentivar a criação de parcerias público-privadas (PPP) para a implementação deste ambicioso projecto pan-africano.
Denominado AfCTFA: Uma nova era para os negócios e investimentos globais em África, o estudo, além de expor os sectores mais atractivos, alinha um conjunto de iniciativas consideradas essenciais para abrir este potencial ao mundo, dando como chamariz vários exemplos onde o continente pode emergir como uma estrela no universo dos negócios n futuro breve.
A aceleração da industrialização do continente, uma prioridade partilhada por todosos lideres africanos, como, alias, o Presidente angolano sublinhou na sua recente deslocação aos Emirados Árabes Unidos, apontando a industrialização das economias africanas como passo essencial para desencravar a região do seu ciclópico atraso em matérias de tecnologias, apesar das suas riquezas naturais serem, em boa medida, a espinha dorsal do desenvolvimento das grandes potências económicas ocidentais.
Angola, que já ratificou a adesão à AfCTFA, ainda não integrou, apesar de já ter dado alguns passos, cabalmente este projecto, faltando algumas etapas na submissão da sua proposta e a clarificação de questões ligadas às tarifas aduaneiras, correndo o risco de ficar numa posição delicada de relativo atraso em relação aos países vizinhos, como a Namíbia, Botsuana ou África do Sul...
Uma das questões que está a criar alguns constrangimentos é que alguns países, como Angola, estão a defender que a construção da AfCFTA, deve estar em consonância as políticas fiscais dos Estados africanos, especialmente nos sectores considerados vitais para o comércio internacional, desde logo, entre outros, a indústria transformadora, agro-indústria e agricultura...
NO entanto, estas e outras cadeias de valor locais e sub-regionais em África são garantia no futuro de ganhos avultados para quem souber posicionar-se atempadamente neste processo, onde a zona de comércio livre é já uma realidade em construção, com o isco suplementar de se tratar da maior do seu género em todo o mundo e estar, em várias áreas, quase tudo por fazer... com vastas riquezas disponíveis como garante do retorno esperado pelos investidores.
Essa posição cimeira de maior zona de comércio livre do mundo é-o em área e em número de países (54), sendo que, após a sua implementação cabal, será a 5ª maior economia do mundo, com um PIB potencial de 3,4 biliões de dólares, tendo sido dado o primeiro passo em 2018, visando acelerar o desenvolvimento através da atracção de investimento externo e de retirar dezenas de milhões de pessoas da pobreza, havendo estudos que mostram que logo de de início esta terá um impulso de mais de 8% nos rendimentos.
Uma das vantagens de África estar a chegar a este momento depois de outras experiências terem sido já concretizadas no passado é que vai ser possível, com o avanço tecnológico, ao continente queimar etapas, ganhando algum do muito tempo perdido em disputas sem nexo e muitos conflitos, militares, políticos e económicos, disseminados por todo o continente, aprendendo comos outros a contornar problemas sérios, como eventuais disrupções nos negócios em alguns sectores menos flexíveis a esta... liberdade.
A retirada de barreiras alfandegarias, que é o objectivo mais importantes deste projecto pan-africano como criação do caminho para o desenvolvimento através da liberdade comercial, deverá alterar de forma célere os actuais números sobre o investimento externo, historicamente baixo, segundo o documento, porque é precisamente a densa teia de restrições que afasta os investidores.
Apesar deste esforço para colocar a AfCTFA na primeira página das prioridades globais, a presença de lideres africanos no FEM foi bastante afectada pela desistência à última da hora do Presidente da África do ul, Cyril Ramaphosa, que alegou estar a lidar com uma grave crise energética no país. Presentes estão, Félix Tshisekedi, da RDC, e Samia Suluhu Hassan, da Tanzânia.