A intenção da aplicação desta medida foi, recentemente, comunicada às autoridades angolanas pelo Governo congolês, que tem cobrado aos transportadores angolanos 4.000 dólares de cada vez que entram na RDC, ao passo que os camionistas congoleses continuam a pagar os 50 dólares, menos 3.950 USD, que os angolanos pagam para circularem em território congolês.

Em função dos protestos, queixas e reclamações dos transportadores angolanos, o Governo de Angola decidiu, após concertação com os canais diplomáticos deste País vizinho, que tem uma vasta fronteira com Angola, cobrar aos congoleses o mesmo valor que as autoridades da RDC cobram aos angolanos.

O Novo Jornal apurou que o novo preço a ser aplicado por Angola ainda não está em vigor, mas poderá estar nos próximos dias.

Entretanto, a promessa de reciprocidade não vigora, e a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (ATROMA) espera que esse acordo de reciprocidade seja para breve nas fronteiras entre os dois países.

Em Fevereiro último, os transportadores de mercadorias entre Luanda e Kinshasa fizeram greve por tempo indeterminado, para protestar contra as constantes alterações das taxas aduaneiras pelas autoridades congolesas, situação que levou o Executivo a prometer alteração da situação, e reciprocidade na taxa aduaneira.

Ao Novo Jornal, uma fonte do Executivo confidenciou que Angola já informou as autoridades congolesas que nos próximos dias fará subir a taxa aduaneira na fronteira com a RDC de 50 dólares para 4.000, valor igual ao que a RDC cobra aos camionistas angolanos.

Em função desta decisão, Angola recebeu da parte da RDC a pretensão deste País impor uma obrigatoriedade de visto de entrada aos camionistas angolanos que operam no seu território.

Entretanto, dada a situação, os transportadores encorajam as autoridades angolanas a não cederem na posição tomada no que toca à reciprocidade da taxa aduaneira de circulação.

Em finais do mês passado e no princípio deste, os camionistas angolanos foram barrados na travessia para Cabinda, depois de as autoridades congolesas terem mandado a fronteira a estes profissionais, sem qualquer explicação.

Dias depois as autoridades da RDC levantaram a interdição, após conversações entre os governos dos dois países.