A informação foi avançada pela própria empresária ao jornal Valor Económico, justificando a medida drástica com a impossibilidade de movimentar as suas contas devido ao arresto preventivo a que foram sujeitas em Dezembro do ano passado no âmbito de uma acção judicial movida pelo Estado como forma de recuperar dívidas no valor de mais de 5 mil milhões USD, embora inicialmente este valor fosse menor, cerca de de 1,2 mil milhões de dólares.
"Sim, o Candando está a fechar. Não todas as lojas, algumas vão fechar. Só metade das lojas vai continuar. De dois mil trabalhadores só metade permanecerá", disse Isabel dos Santos ao semanário.
Ao mesmo jornal, a empresária disse: "infelizmente, estão a matar as empresas com este arresto. As empresas têm dívidas com os bancos que financiaram estes projectos e não com o Estado", disse ainda.
O problema é que o "arresto bloqueou todas as contas bancárias da empresa que faz o aprovisionamento e importação dos produtos".
"O Candando está a passar grandes dificuldades, pois o arresto do Tribunal de Luanda está a ter um impacto negativo e a afectar a operação da empresa, os danos são grandes, pois não está a permitir ter uma relação normal com os fornecedores. A ordem de arresto mandou congelar as contas bancárias da empresa do Candando de Portugal. Ou seja, já não pode pagar nenhum fornecedor. E mandou bloquear todos os pagamentos no exterior", disse ainda.
Isabel dos Santos dizia o contrário em Fevereiro
No entanto, a 20 de Fevereiro, como o Novo Jornal noticiou, e numa reacção ao arresto dos seus bens e contas em Portugal, Isabel dos Santos criticava a justiça portuguesa porque a acção impedia as suas empresas de funcionar, contrastando isso com o que sucedeu com o arresto preventivo das suas contas e bens em Angola, pelo Tribunal Provincial de Luanda, que não impediu o pagamento de salários, a fornecedores e os impostos.
Para a empresária, nesse comunicado de 20 de Fevereiro, o arresto de contas a que foi sujeita em Portugal era "inexplicável e infundado" tendo, por isso, sido "impugnado" pelos seus advogados, alertando para o facto de esta situação estar "a impedir a movimentação das contas nos diversos bancos", o que levará esta realidade a ser outra "apresentando-se como um sério risco de destruição de valor para todos os `stakeholders"".
E adiantava, como forma de estabelecer um contraste com o que lhe sucedera em Angola: "Importa salientar que, em Angola, os arrestos não impediram o pagamento de salários, pagamentos a fornecedores, impostos e Segurança Social".