Esta subida, com o barril de Brent a valer esta quarta-feira, quase 114,91 USD, mais 1,15% que no fecho de terça-feira, perto das 12:00, hora de Luanda, acontece apesar de alguns analistas terem antecipado o contrário devido aos prolongados confinamentos na China devido ao ressurgimento da Covid-19.
A verdade é que os mercados escolheram dar mais valor ao facto de se estar a antecipar um aumento do consumo nos EUA, o maior consumidor do mundo, com o aproximar do Verão no hemisfério Norte, ao invés de relevar os dados que apontam para restrições no consumo na China, o maior importador do mundo e o 2º maior consumidor global, devido aos confinamentos e os esperados impactos económicos que conduzem a menos petróleo importado.
Como a Reuters sublinha, citando dados do Instituto Americano do Petróleo, esta valorização do barril de crude emerge de um cenário onde os EUA mostram estar a enfrentar dificuldades no fornecimento de combustíveis, como a gasolina, com os stocks de refinados a baixar drasticamente mais de 4 milhões de barris em apenas uma semana.
E este contexto está a gerar alguma preocupação porque, com o aproximar do Verão no Hemisfério Norte, os norte-americanos consomem muito mais gasolina nas suas deslocações internas e quase sempre em viatura própria de grande cilindrada e com elevados consumos de gasolina.
E isso é especialmente relevante quando os stocks de gasolina nos EUA estão no seu mais baixo nível desde 2014, o que não deverá melhorar substancialmente porque os mercados internacionais debatem-se com problemas de fornecimento de crude cada vez mais pronunciados à medida que mais países se juntam à lista dos que estão a embargar o petróleo russo devido à guerra na Ucrânia.
Este cenário poderá conhecer um agravamento substancial em breve se se confirmar o que disse o ministro da Economia alemão que aponta para um embargo geral ao crude russo por parte da União Europeia nas próximas duas semanas.
A recente valorização do petróleo, muito por causa da guerra na Ucrânia, que começou a 24 de Fevereiro, tem em Angola será um dos países exportadores mais beneficiados, de acordo com a Fitch Solutions.
É-o porque o petróleo representa cerca de 95% do total das exportações nacionais, mais de 35% do seu PIB e até 60% das receitas fiscais que garantem o funcionamento do Estado.