Nesta mesma análise, a dívida nacional deve ficar em 2022, ano de eleições, abaixo dos 100 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e, segundo a Lusa, a FItch Solutions estima ainda que o défice de 1,4% em 2020 fique, este ano, num excedente de 0,7%, substancialmente por causa do aumento das receitas provenientes da exploração petrolífera.

Num avanço ainda mais substantivo, esta consultora, do grupo da Fitch Ratings, aponta para que as receitas fiscais em alta venham a compensar um esperado aumento da despesa pública, sendo que, no que toca à dívida pública, esta deve descer dos 122% do PIB em 2020 para pouco mais de 106% este ano e, no ano que vem, descerá ainda mais, para os 97,8%.

Ainda de acordo com a Lusa, a partir do documento da consultora norte-americana, "o peso da dívida de Angola vai cair gradualmente com a recuperação económica e a consolidação orçamental, que ajudam a limitar as necessidades de financiamento".

Os analistas da empresa antecipam ainda que "o rácio da dívida face ao PIB continuará bem acima de média de 57,4% registada entre 2010 e 2019", não só devido à desvalorização do kwanza, mas também devido ao contínuo endividamento do país.

O petróleo volta, assim, se se confirmarem as previsões da Fitch Solutions, a tirar as contas nacionais do vermelho, deixando evidente, ainda mais, a importância que o sector tem para o País.

Isso mesmo se pode constatar observado os gráficos do Brent, que serve de referência para as exportações de crude nacionais, onde o barril fechou a semana a valer 74,10 USD, mais 0,42% que no dia anterior e recuperando claramente de uma ligeira baixo no início da sessão depois de a OPEP+ ter chegado a um acordo para a retoma da produção, a acompanhar, de resto, a recuperação da economia global depois de um longo período de forte pressão devido à pandemia da Covid-19.