Entre quinta e sexta-feira, os combates entre o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército sudanês obrigaram famílias a fugir "principalmente para outros locais" na mesma zona, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Al-Malha é uma das cidades mais setentrionais do vasto deserto que separa o Sudão da Líbia, onde o exército e as RSF conduzem há meses operações transfronteiriças, sendo também um ponto-chave numa estrada desértica que liga o Darfur do Norte ao norte do país, controlado pelo exército, segundo fontes locais.
No início de Março, a OIM anunciou que cerca de 400.000 sudaneses tinham regressado às suas casas "nas zonas retomadas pelo exército aos paramilitares".
Desde Abril de 2023, o Sudão é palco de uma guerra pelo poder entre as RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, e o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane.
O conflito dividiu o país em dois, com o exército a controlar o norte e o leste do país e as RSF a controlar quase todo o Darfur (oeste) e partes do sul.
Na sexta-feira, o exército sudanês recuperou o controlo do palácio presidencial e edifícios governamentais, em Cartum (capital do Sudão), e expulsou o grupo paramilitar RSF, após dois anos de guerra.
Os combates causaram milhares de mortos, desalojaram mais de 12 milhões de pessoas e provocaram uma das maiores crises de fome e de deslocações do mundo.