Segundo a agência, o país possui agora a maior crise de deslocação de crianças do mundo, com um registo de 3 milhões de menores a fugir da violência generalizada em busca de segurança, comida, abrigo e cuidados de saúde.
A maioria destas crianças está dentro do Sudão e outros milhares estão abrigadas em campos improvisados em países vizinhos.
Os relatos de violência sexual relacionada com conflitos têm sido abundantes, e, com a intensificação dos combates nas últimas semanas em lugares como Cartum, Darfur e Cordofão, a preocupação é que as violações dos direitos das crianças continuem a aumentar. Até agora, o Unicef recebeu denúncias de mais de 3,1 mil violações graves, incluindo o assassinato e a mutilação de menores.
A agência da ONU também reforça que nenhuma das crianças sudanesas conseguiu voltar à escola, o que coloca o futuro de toda uma geração em risco. Cerca de 19 milhões de crianças no Sudão não conseguem regressar às salas de aula, tornando esta uma das piores crises educacionais do mundo.
A ameaça iminente de doenças mortais, como cólera, dengue, sarampo e malária também está a crescer, com surtos já em expansão. Actualmente, cerca de 7,4 milhões de crianças não têm acesso a água potável. Quase metade destas crianças tem menos de cinco anos e corre sérios riscos de doenças diarreicas e cólera. Muitas outras carecem de vacinas de rotina contra doenças facilmente evitáveis.