Esta é já uma das maiores apreensões de cifres de rinoceronte de sempre, e que foi conseguida, segundo a imprensa sul-africana, depois de uma aturada investigação da unidade especial da polícia denominada "Falcões" que tem como missão maior impedir este tipo de comércio.
Os 167 chifres de rinoceronte, que correspondem a 167 animais abatidos ilegalmente por caçadores furtivos, representam, segundo as organizações ligada à defesa do ambiente da vida selvagem em África, um forte abanão na sustentabilidade desta espécie na África do Sul.
A pressão sobre os rinocerontes vem do facto de os seus chifres serem muito procurados na Chine, e também no Vietname, para uso na medicina tradicional, especialmente no combate à impotência sexual masculina, podendo um chifre com um quilograma atingir os 50 mil dólares.
No entanto, sabe-se que o efeito do po de chifre de rinoceronte, como é usado, e visto como um composto miraculoso, não é mais que o mesmo material, a queratina, que integra as unhas e o cabelo humanos, por exemplo.
Os dois homens que foram detidos na posse dos chifres de rinoceronte são ainda hoje presentes a tribunal.
O comércio ilegal de chifres de rinoceronte, mas também de dentes de elefante ou ainda as exóticas escamas de pangolim é, essencialmente, impulsionado por redes profissionais de tráfico montadas em África.
E, para piorar a situação, o Governo chinês tornou legal, em 2018, o comércio de chifres de rinoceronte, recebendo fortes críticas das organizações internacionais , como a Greenpeace, por ter um impacto negativo no esforço de conservação desta espécie em África.
Isto, porque, actualmente, a única linha de defesa é promovida pelos governos africanos, que se têm mostrado incapazes de acabar com os caçadores furtivos, muito por causa da corrupção e da fragilidade dos sistemas judiciais ou ainda por escassas pressões legais, como as penas reduzidas ou coimas irrisórias.
O Conselho de Estado chinês legalizou esta actividade, parcialmente, a 30 de Outubro do ano passado, exigindo que o produto do chifre só seja usado mediante autorização válida.