A morte do veterano Presidente, que tinha acabado de ver anunciada a confirmação, resultados provisórios, da sua vitória eleitoral nas eleições de 11 de Abril para um 6º mandato, o que prolongaria a sua manutenção no poder para 30 anos, foi resultado de ferimentos em combate no norte do país, onde os rebeldes procuravam abrir caminho para o assalto ao poder na capital.
Esta notícia foi confirmada pela leitura de um comunicado na rádio pública do país pelo porta-voz do Exército, o general Azem Bemrandoua Agouna, estão a noticiar as agências de notícias.
Idriss Déby, segundo disseram fontes governamentais, optou por uma visita surpresa às sua tropas que combatem os insurgentes no norte em vez de, como estava previsto, se dirigir à Nação na sequência da confirmação oficial da sua sexta vitória eleitoral.
Segundo testemunhos militares citados pelos media internacionais, os militares governamentais foram atacados pelos rebeldes da Frente para a Alternativa e a Concordância no Chade (FACT, sigla em francês), que avançaram sobre o país a partir da sua base na Líbia a 11 de Abril, com o objectivo de expulsar Déby do poder, onde está vai para 30 anos.
A morte de Déby tornou inviável o envio a Luanda de representantes do Governo deste país para participarem na mini-Cimeira da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), que hoje decorre no Hotel Intercontinental Luanda Miramar.
Entretanto, a governação do país vai ser assegurada interinamente por uma junta militar que será chefiada pelo filho de Idriss Déby, Mahamat Idriss Déby, até aqui comandante da guarda presidencial.
Novas eleições foram anunciadas para depois de um período de transição de 18 meses.
Considerando que as eleições no Chade ostentam um longo registo de alegações de fraude, a eleição de Mahamat Déby, se este decidir avançar como candidato, não tende a ser de grande complexidade.
Idriss Déby, de 68 anos, militar de carreira, com o posto actual de marechal, estava no poder, que exerceu com punho de ferro, desde 1990, onde chegou liderando uma rebelião contra o então Presidente Hisséne Habré, tendo, ao longo dos anos sobrevivido a dezenas de tentativas de golpe de Estado.