No Malawi, com esta segunda entrada, ido de Moçambique, já estão registados 200 mortos e as chuvas intensas, acompanhadas de ventos, continuam a fustigar as populações deste país, tal como no centro/norte de Moçambique, onde também já são na ordem das dezenas as mortes atribuídas ao Freddy.
Há cerca de um mês, o Ciclone Freddy, depois de atravessar o vasto Índico, cruzou Madagáscar, onde deixou um rasto de destruição e morte, passou depois o Canal de Moçambique, onde entrou pelo centro/sul, com especial impacto em Sofala, tendo agora escolhido como porta de acesso a Zambézia, a partir da qual chegou ao Malawi com especial intensidade e força destruidora.
São já 200 os mostos contabilizados no Malawi, claramente o país mais devastado pela fúria do Freddy, tendo igualmente feito 21 mortos nesta segunda passagem por Moçambique.
Em ambos os países, mas com mais impacto no Malawi, além do número elevado de mortes, fica ainda saliente a devastação nas infra-estruturas, como pontes, estradas, milhares de habitações...
Ao mesmo tempo, as unidades hospitalares do Malawi que permaneceram com capacidade de resposta, estão à beira da ruptura devido às vagas sucessivas de pessoas que procuram cuidados de saúde devido, entre outras razões, aos desmoronamentos de casas e ravinas provocadas pelas águas e ventos.
Em ambos os países há ainda registo de milhares de hectares de culturas devastadas, o que pode criar condições para a insegurança alimentar nos meses vindouros.
Como é visível na fotografia, um frame da France24, que acompanha esta notícia, o Freddy fez um circuito bizarro, que surpreendeu os cientistas do clima pela forma como atravessou o oceano, e, depois, fez uma espécie de "bailado" trágico sobre o Canal de Moçambique, entrando e saindo do mar para a terra e vice-versa, sendo igualmente singular o seu tempo de duração, cerca de um mês, o que faz dele o mais longo ciclone em muitas décadas de registo deste fenómenos climatéricos.