Ao "blá, blá, blá" dos políticos, a jovem que se tornou conhecida em todo o mundo pela sua dedicação à causa ambiental e se transformou numa das principais líderes globais da descarbonização, responde com manifestações no centro de Glasgow hoje e amanhã.
A activista sueca queixa-se de que o objectivo dos organizadores é manter a situação vigente dando uma imagem aparente de que estão a ser feitos progressos.
"Já não é uma conferência sobre o clima, é um festival de lavagem da imagem "verde" para os países do Norte", escreveu Greta Thunberg no Twitter, onde defendeu que a COP26 é a mais exclusiva das cimeiras mundiais do clima e uma montra para os países ricos.
"A COP26 foi nomeada a COP mais exclusiva. Esta já não é uma conferência sobre o clima, é um festival de lavagem da imagem verde para o Norte global", afirmou.
A Rede Internacional de Acção Climática acusou na quarta-feira a organização da COP26 de impedir a entrada da maioria dos seus delegados nas negociações.
Sébastien Duyck, um advogado ligado a esta rede de organizações contra as alterações climáticas, disse que a cimeira "não está a ser nada inclusiva", indicando que apenas quatro observadores da sociedade civil podem estar presentes nas negociações.
A COP26 acontece cerca de seis anos depois do Acordo de Paris, que já então estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5ºC e 2ºC acima dos valores da época pré-industrial.
Pela 26ª vez, desde que, em Berlin, na Alemanha, aconteceu a primeira cimeira, corria o ano de 1995, líderes políticos e milhares de especialistas, activistas e decisores públicos estarão reunidos até 12 de Novembro, em Glasgow, na Escócia, Reino Unido, para encontrar soluções e tomar decisões que permitam reduzir drasticamente a emissão de gases com efeito de estufa de forma a impedir que a Terra aqueça mais de 2 graus até ao fim do século, mas para que isso aconteça, existe uma extensa lista de medidas que têm, COP após COP, sido enunciadas como de extrema urgência mas que tardam em ser postas em prática. A principal é a questão da transição energética, que passa por substituir em poucos anos os combustíveis fósseis, especialmente o petróleo e o carvão, por energias verdes.