A informação foi divulgada pela Interpol, que aproveitou o momento para alertar sobre a existência de redes a preparar o negócio das vacinas falsas, sublinhando que estas apreensões na África do Sul e na China são "a ponta de um iceberg".

A África do Sul foi o país africano que primeiro obteve vacinas para imunização da sua população depois de ter sido palco dos primeiros testes em humanos da vacina elaborada pela farmacêutica AstraZeneca com apoio da Universidade de Oxford.

Entretanto, vários outros países iniciaram campanhas de vacinação, com Marrocos largamente à frente e entre os 10 países em todo o mundo com mais pessoas inoculadas, tendo Angola surgido, conjuntamente com a RDC, e após o Gana e a Costa do Marfim, no grupo dos países que foram contemplados com vacinas distribuídas pelo sistema Covax, gerido pela GAVI, uma organização global composta por países, interesses privados e agências da ONU, que visa facilitar o acesso às vacinas nos países mais pobres.

Agora, com o surgimento de vacinas falsas no continente africano, são igualmente estes os países mais expostos à sua comercialização, tendo a Interpol feito uma chamada de atenção para este risco.

Para já, segundo a Polícia Internacional, foram descobertas perto de 2.500 doses falsificadas, perto de Joanesburgo, bem como alguns dos responsáveis pelo crime, incluindo cidadãos chineses e zambianos.

Numa comunicação com carácter urgente, a Interpol alertou as polícias dos 194 países que integram esta força global, para se prepararam para uma vaga de falsificações envolvendo organizações criminosas, sendo este apenas o início de um largo período de risco acrescido, exponenciado pelo facto de o mundo assistir a uma evidente carência de vacinas, especialmente em África e em várias regiões asiáticas e da América Latina.

Este alerta aponta ainda para que sejam investigadas todas as páginas online onde sejam oferecidas vacinas, porque se trata de produtos sem controlo e perigosos para a saúde.