A 18 de Março termina a extensão conseguida em Novembro do acordo de Julho do ano passado e volta a estar em risco uma importante fatia dos cereais que alimentam o mundo, considerando que a Ucrânia e a Rússia, embora longe de serem os maiores produtores de cereais, como tem sido erradamente propalada nos media internacionais, são, efectivamente, dos maiores exportadores porque a sua produção é muito superior às necessidades internas de consumo, ao contrário das da China, Índia e Estados Unidos da América, esses sim, os maiores produtores do planeta.
Com um dos mais polémicos pressupostos já devidamente desmascarado, que foi a pressão mediática exercida sobre Moscovo para que fosse possível assinar o acordo de Julho, que era a gritante e crescente fome que estava a levar à morte centenas de milhares de pessoas em África - porque se veio a provar que os cereais ucranianos que saíram pela rota do Mar Negro foram, mais de 90% para os países ricos e não para os pobres africanos -, na qual interveio pessoalmente o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, agora o Kremlin exige mais garantias, porque diz que o acordo existente não correspondeu na prática ao previsto.
Em causa, como explicou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, está a forma como o acordo assinado pela Rússia com as Nações Unidas e a Turquia, que pressupunha que os cereais e fertilizantes/fosfatos russos pudessem circular em navios com seguros emitidos pelas companhias ocidentais, acabaram por, em parte, pelo menos, ficar na origem porque os países ocidentais ignoraram estas alíneas do documento assinado.
Nesse acordo de Junho de 2022, onde a Ucrânia e a Rússia não colocaram a sua assinatura no mesmo documento, tendo assinado antes dois acordos distintos, além de ficar plasmado o livre trânsito dos cereais ucranianos por uma rota pré-definida no Mar Negro, intransitável, pela presença da frota da Armada russa desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de Fevereiro desse ano, também estava garantida a exportação dos cereais e dos fertilizantes russos, impedidos de transitar porque as sanções da União Europeia e dos EUA, embora não incidam sobre os alimentos, proíbem que os navios graneleiros que carreguem grãos russos sejam assegurados pelas companhias de seguros ocidentais.
Trigo para porcos
Ora, depois de assinado esse acordo e, como vieram denunciar as autoridades de Moscovo, a parte que incidia sobre as exportações russas não foi cabalmente cumprida, ficando milhares de toneladas nos silos russos devido à falta de transporte, querendo agora o Kremlin que essa limitação seja não só levantada como pretende obter garantias prévias de que tal não volta a suceder.
Além destas restrições, como o Presidente Vladimir Putin tem dito ao longo destes meses, Moscovo quer igualmente garantias de que os grãos ucranianos, como foi dito sobejamente por António Guterres, vão ser exportados para os países mais empobrecidos e deles mais carentes, como é o caso da vasta África Oriental, desde o Corno de África ao Sudão, Sudão do Sul, ou no Médio Oriente, como o Iémen, entre outros.
Isto, porque, como ficou claro logo nos primeiros meses, dos 100 navios graneleiros iniciais, apenas dois foram destinados aos países africanos em pior situação, atracando nos portos do continente no Índico, e ambos debaixo de garantias dadas pelas Nações Unidas, porque toda a restante tonelagem de grãos ucranianos tiveram como destino, maioritariamente, a Coreia do Sul, o Japão, a Turquia e, especialmente, a União Europeia, sendo a Espanha o mais beneficiado, sendo que a esmagadora maior parte destes cereais "Made in Ukraine" serviram para alimentar os porcos espanhóis, como se pode ler nesta notícia.
Agora, com a aproximação ao fim deste acordo, a 18 de Março, os aliados da Ucrânia, a Europa ocidental e os Estados Unidos, procuram garantir que Kiev continua a conseguir exportar os seus cereais, que são quase exclusivamente a única fonte de rendimento do país, atolado que está numa guerra que se prolonga já desde 2014 e que teve a 24 de Fevereiro de 2022 um impulso trágico com a invasão russa, alegadamente para proteger as populações russófonas do leste (Donbass).
O esforço turco
Para já, a Turquia, que foi quem mais fez para a assinatura dos dois documentos iniciais, está de novo num empenhado combate diplomático para os renovar, mantendo a sua disponibilidade para gerir o posto de controlo no Estreito de Istambul, que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, onde os navios são vistoriados por uma equipa de inspectores integrada pelas partes - russos, ucranianos, ONU e turcos -, garantia exiida por Moscovo para impedir a entrega de armas à Ucrânia no interior das embarcações.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, já veio dizer que o Governo do Presidente Recep Erdogan, apesar de estar a lidar com os efeitos do sismo de grande magnitude de Fevereiro, que matou mais de 50 mil pessoas, na Turquia e Na Síria, continua empenhado em garantir a continuidade deste acordo que permite aos ucranianos e aos russos exportar as suas vastas produções excedentes de cereais através do Mar Negro.
Denominado Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, este documento garante o acesso livre, embora sob supervisão quadripartida, dos graneleiros a três portos ucranianos no Mar Negro, Odessa (o mais relevante), Chornomorsk e Yuzhny, e depois de entrar em vigor, permitiu, de facto, normalizar os mercados mundiais dos cereais, limitando, primeiro, a subida excruciante dos preços, chegando a ultrapassar os 500 USD/t, e, depois, numa segunda fase, levando a uma descida significativa, o que permitiu aos países mais fragilizados economicamente voltar a adquirir o seu "pão".
O ministro Mevlut Cavosuglu disse, citado pela Reuters, que está a trabalhar arduamente para a aplicação total do acordo, reconhecendo que uma parte deste ainda está por cumprir, sendo essa parte a permissão de assegurar os navios que carregam os grãos e dos fertilizantes russos, na totalidade, e a sua expansão.
Num discurso na Conferência das Nações Unidas sobre os países menos desenvolvidos, no Qatar, o chefe da diplomacia turca comprometeu-se a manter o empenho para para levar as partes a renovar este acordo, sublinhando que existe uma parte deste que permanece por cumprir integralmente.
Alguns analistas admitem que é do interesse do Kremlin renovar este acordo porque isso permite manter o fluxo de exportações dos seus cereais e fertilizantes - é o maior exportador do mundo de cereais, com mais de 37 milhões de toneladas/ano, e também de fertilizantes, com perto de 20%, em média, do total, incluindo os compostos de fosfatos, potássio, amónia e uria -, mesmo que uma parte destas esteja a ser limitada pelas restrições que resultam das sanções ainda por levantar, como era expectável.
Para já, Maria Zakharova, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, garantiu, cutada pela agência TASS, que se o acordo for definido para ser cumprido de foram equitativa, "a Rússia vai continuar a cumprir a sua parte integralmente como tem feito até aqui", deixando claro que Moscovo se vai "opor a todas as provocações e maquinações", que inclui a questão dos seguros, principalmente, mas também a questão dos pagamentos pelos produtos exportados porque as sanções ocidentais incidem sobre os mecanismos internacionais de transferências, desde logo o SWIFT, o código internacional de facilitação de pagamentos rápidos.
Até ao início deste mês de Março já tinham saído pelo Mar Negro, graças a este acordo, perto de 24 milhões de toneladas de cereais, sendo a maior parte, perto de 45%, milho, e mais de 20% trigo, além de óleo de girassol e fertilizantes, essenciais para que algumas regiões do mundo, com solos menos produtivos, garantam alimentos para as populações locais.
Chove em "Santiago"...
E não é água que cai sobre Bakhmut, Artyomovsk, para os russos, são milhares de projecteis, bombas, granadas morteiros misseis, rajadas de metralhadora de diversos calibres, deixando a cidade, que já albergou 70 mil pessoas, inundada de destruição e caos, com, dependendo das fontes, entre 5 mil e 15 mil militares ucranianos a defender o que resta da urbe face ao avanço das forças russas, quase exclusivamente do Grupo Wagner, uma força privada, dizem os russos, mercenários, acusa o ocidente.
Embora uma pequena cidade, Bakhmut está situada numa confluência estratégica de vias rodoviárias que ligam o ocidente de Donetsk, uma das províncias anexadas pela Rússia em Setembro do ano passada, juntamente com Kherson, Zaporijoia e Lugansk, sendo vista por Kiev como merecedora do investimento de milhares de vidas - alguns analistas admitem que os ucranianos já perderem até 50 mil militares nesta batalha, a mais violenta desta guerra, seguramente -, sendo que, para os russos parece ter igual interesse, com um volume de perdas em vidas em tudo semelhante.
Apesar de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já ter admitido que Bakhmut está por um fio, os seus comandantes no terreno insistem que as forças no centro da cidade estão a aguentar os avanços russos, prometendo lutar até ao último homem.
Isto, apesar da mortandade que ali se verifica, e com vídeos a circular nas redes sociais, divulgados pela televisão francesa TF1, onde unidades militares ucranianas se recusam a combater mais por ser inútil face ao poderio dos russos, especialmente a sua superioridade em artilharia pesada.
Especialistas militares, como o coronel Mendes Dias, comentador da CNN Portugal, admitem que, em circunstâncias normais esta cidade já teria sido abandonada pelas forças ucranianas, porque, mesmo sendo importante, não justifica tamanhas perdas, sendo, isso sim, uma questão política, porque depois de tanto investimento na sua defesa, se cair, será visto como uma tremenda derrota para Kiev, com efeito desmoralizante nas suas fileiras.
Ruptura nas hierarquias de Kiev e Moscovo?
De acordo com o alemão Bild, um jornal de grande tiragem e influente no país, por causa de Bakhmut, está em risco a coesa união do Presidente Zelensky com o seu comandante das forças armadas, o CEMGFA Valery Zaluzhny.
Isto, porque o chefe militar queria ordenar uma retirada total de Bakhmut e Zelensky não deixou, apesar de Zaluzhny o ter advertido, sendo o jornal alemão, já há semanas, para a irreversível perda da cidade e com ela as vidas de inúmeros soldados essenciais para a defesa da região.
Isto deixa em maus lençóis Zelensky, porque, não sendo militar, fica exposta a sua insensatez ao preferir a morte de soldados ucranianos desnecessária face ao inevitável avanço russo, quando o seu comandante militar de todo lhe indica para fazer o contrário.
O Bild alerta ainda para a possibilidade de, por detrás deste episódio, estar também uma procura de caminho para que Zaluzhny surja como potencial concorrente à Presidência ucraniana devido ao prestígio que ganhou ao conseguir travar os avanços iniciais das forças russas sobre Kiev e o norte ucraniano.
Mas não é só do lado ucraniano que estas discrepâncias começam a fazer estalar a estrutura de comando. Também os russos vivem momentos estranhos, porque o comandante do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um vídeo onde afronta claramente o ministro da Defesa, Sergey Shoygu, e o CEMGFA russo, Valery Gerasimov, ameaçando que se os seus mercenários baixarem as armas, a frente russa desmorona-se como um castelo de cartas.
Progozhin, que é um conhecido aliado de Putin, acusa os chefes russos de estarem a boicotar o seu avanço, gerando um claro mal-estar na estrutura militar russa, embora o Presidente Putin não se tenha ainda pronunciado sobre estas desavenças, parecendo querer deixar que a concorrência se revele como positiva para o avanço na linha da frente do conjunto.
O analista militar major general Agostinho Costa, tal como o coronel Mendes Dias, admitem que estas desavenças, no que diz respeito aos ucranianos, resultam de diferentes pontos de vista sobre a evolução da guerra, sendo que, para o Presidente Zelensky, uma das componentes mais importantes é a frente mediática e a queda de Bakhmut seria nessa componente um desastre.
Já no que diz respeito aos russos, a ideia que ganha mais tracção é que os mercenários do Grupo Wagner têm em Bakhmut uma montra importante para a sua projecção e prestígio enquanto as chefias mais tradicionais encaram como mais importante a ofensiva no seu todo, atribuindo menor relevância à conquista desta cidade, embora seja claro que a derrota ucraniana ali, abre caminho em planície para as cidades de Sloviansk e Kramatorsk, que se situam no limite geográfico de Donetsk, o objectivo oficial desta ofensiva russa.
A batalha da diplomacia
Com a frente de batalha a aquecer, a diplomacia das grandes potências não parece estar menos a ferver.
Nas últimas horas, ficou em evidência uma forte ofensiva norte-americana anti-China, com o seu Secretário de Estado, Antony Blinken, a viajar para a Ásia Central, para se encontrar com os lideres de cinco antigas repúblicas soviéticas, incluindo o Cazaquistão, onde procurou encontrar uma plataforma regional anti-Rússia e anti-China, mas, ao que se percebe peos media internacionais, não correu de feição, devido, por um lado às fortes ligações a Pequim e aos seus projectos de expansão para ocidente, via o seu mega-projecto Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative), e por causa das ainda viçosas interdependências com Moscovo.
Mas os EUA foram ainda mais longe e, com uma tempestade de notícias veiculadas pelos media ocidentais, claramente alinhados contra os interesses russos e chineses, ameaçando Pequim de fortes represálias se iniciar um fornecimento de armas aos russos, tendo mesmo a Casa Branca exigido à China que diga de que lado está na guerra da Ucrânia.
Isto é um passo relevante porque Washington sabe que Pequim e Moscovo têm em curso uma parceria por ambos os lados considerada "ilimitada" e crescente, embora os chineses mantenham como posição oficial a defesa das negociações, tendo mesmo avançado com uma proposta que mereceu o interesse de Kiev e a análise cuidada do Kremlin.
Por outro lado, e depois de o Presidente Xi Jinping ter anunciado, através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, que irá visitar a Federação Russa nas próximas semanas, o mais importante aliado de Moscovo na fregião, o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, viajou para a China, numa visita de Estado, com um já considerado histórico encontro com o líder chinês.
Estas movimentações diplomáticas ao mais alto nível, que se seguem à visita igualmente histórica do Presidente Joe Biden a Kiev, na semana passada, são a antecâmara para uma nova fase neste conflito, que, ao contrário da narrativa ocidental, não começou a 24 de Fevereiro de 2022, mas sim em 2014, com um golpe de Estado em Kiev, onde o Presidente Viktor Yanukovych, pró-russo, eleito em 2010, foi deposto por uma revolução apoiada pelos EUA, seguindo-se a autoproclamada independência das províncias do Donbass, russófilas e russófonas, e a anexação da Crimeia pela Rússia.
Já esta quarta-feira, em Nova Deli, Índia, na reunião do G20, os vinte países mais ricos do mundo, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, tem mantido encontros bilaterais com homólogos, como o indiano, esperando-se ainda que se encontre com os ministros dos Negócios Estrangeiros da China, do Brasil e da África do Sul, Indonésia... entre outros.
Nesta nova fase, sobressai nitidamente um esforço para que seja possível dar este conflito por terminado. "
Mas alguns analistas dizem que tal será difícil, porque existem interesses inconfessos que pugnam pela sua continuidade pelo facto de isso ser do seu interesse... ou porque fragiliza a Rússia - interesse dos EUA admitido oficialmente - ou porque esta guerra está a expor fragilidades da NATO e o leste ucraniano tem sido um campo de transformação de armamento sofisticado e caro em sucata, o que beneficia o comércio de armamento, ou ainda porque, e isso seria do interesse da Rússia, um colapso das capacidades de defesa da Ucrânia levaria a que Moscovo visse a sua vida facilitada ao ter de negociar com um regime enfraquecido em Kiev e não forte, com ainda será se o conflito acabar em breve.
Contexto da guerra na Ucrânia
A 24 de Fevereiro de 2022 as forças russas iniciaram a invasão da Ucrânia por vários pontos, tendo o Presidente russo dito que se tratava de uma "operação militar especial", sublinhando que o objectivo não era (é) a ocupação do país vizinho, condição que evoluiu depois para a anexação de territórios no Donbass mas também as regiões de Kherson e Zaporijia, mas sim a sua desmilitarização e desnazificação e assegurar que Kiev não insiste na adesão à NATO, o que Moscovo considera parte das suas garantias vitais de segurança nacional.
O Kremlin critica há vários anos fortemente o avanço da NATO para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em 1991.
Moscovo visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia, invadida e integrada na Rússia, depois de um referendo, em 2014, e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin já reconheceu em Fevereiro, tendo acrescido a esta reivindicação as províncias de Kherson e Zaporijia, depois da realização de referendos que a comunidade internacional, quase em uníssono, não reconhece.
Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e Putin é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o "império soviético", que se desmoronou em 1991, com o colapso da União Soviética.
Kiev insiste que a Ucrânia é una e indivisível e que não haverá cedências territoriais como forma de acordar a paz com Moscovo, sendo, para o Presidente Volodymyr Zelensky, essencial o continuado apoio militar da NATO para expulsar as forças invasoras.
A organização militar da Aliança Atlântica está a ser, entretanto, acusada por Moscovo de estar a desenrolar uma guerra com a Rússia por procuração passada ao Exército ucraniano, o que eleva, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, o risco de se avançar para a III Guerra Mundial, com um confronto directo entre a Federação Russa e a NATO, que tanto o Presidente dos EUA, Joe Biden, como o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, já admitiram que se isso acontecer é inevitável o recurso ao devastador arsenal nuclear dos dois lados desta barricada que levaria ao colapso da humanidade tal como a conhecemos.
Esta guerra na Ucrânia contou com a condenação generalizada da comunidade internacional, tendo a União Europeia e a NATO assumido a linha da frente da contestação à "operação especial" de Putin, que se materializou através de bombardeamentos das principais cidades, por meio de ataques aéreos, lançamento de misseis de cruzeiro e artilharia pesada, e com volumosas colunas militares a cercarem os grandes centros urbanos do país, mas que agora está concentrada no leste e sudeste da Ucrânia.
Na reacção, além da resistência ucraniana, Moscovo contou com o maior pacote de sanções aplicadas a um país, que está a causar danos avultados à sua economia, sendo disso exemplo a queda da sua moeda nacional, o rublo, que chegou a ser superior a 60%, embora já tenha, entretanto, recuperado.
Estas sanções, que já levaram as grandes marcas mundiais a deixar a Rússia, como as 850 lojas da McDonalds, a mais simbólica, abrangem ainda os seus desportistas, artistas, homens de negócios, a banca e grande parte das suas exportações, incluindo o sector energético, do gás natural e em parte do petróleo...
Milhares de mortos e feridos e mais de 9,5 milhões de refugiados internos e nos países vizinhos da Ucrânia são a parte visível deste desastre humanitário.
O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página.