A Agência Nacional dos Parques Naturais do Zimbabué acaba de anunciar que foram enviadas para o Reino Unido e para a África do Sul amostras retiradas aos animais encontrados mortos de forma a que seja identificada a causa das mortes dos 34 elefantes, embora a suspeita recaia sobre um grupo de bactérias causadoras de hemorragias nos órgãos internos, especialmente no fígado.
Estes 34 animais foram encontrados nos últimos dias mas ao longo dos últimos dois meses pelo menos uma centena de animais foram encontrados mortos.
Foi em finais de Agosto que os animais começaram a morrer nas regiões do Zimbabué próximas da fronteira com o Botsuana, mas as causas das mortes, ao que as observações preliminares indicam, sejam diferentes das que ali aniquilaram três centenas de animais nos últimos três a quatro meses.
O Zimbabué e o Botsuana acolhem as maiores populações de elefantes do continente, com mais de 200 mil animais - de um total de 400 mil que se estima existirem em África -, embora na região, países como Namíbia, Moçambique ou Angola também tenham manadas com algum significado, sendo que Angola, por causa de razões históricas relacionadas com a guerra, é onde estas menos ocorrem do conjunto.
Todavia não está afastado o risco de estas doenças, ou, no limite, esta doença, se os resultados laboratoriais confirmarem que se trata da mesma, apesar dos técnicos zimbabueanos pensarem que não é assim, passarem as fronteiras e ameaçarem as populações de elefantes namibianas, angolanas e moçambicanas.
As severas e prolongadas secas estão a afectar fortemente as populações destes animais e a estiagem, que provoca a evaporação acelerada dos charcos onde usualmente encontram água para beber, pode ser a razão primeira para o surgimento destes agentes patológicos que estão a matar os elefantes nos dois países vizinhos.
Enquanto as mortes no Botsuana são resultado do consumo de algas que contêm uma conhecida e perigosa cianobactéria, no Zimbabué as suspeitas apontam para a bactéria Pasteurella multocida, que provoca septicémias hemorrágicas, podendo afectar a generalidade dos grandes herbívoros, em especial, mas todos os animais selvagens e domésticos mamíferos correm riscos.