Os norte-americanos estão, claramente, cansados, de Joe Biden, mas não estão menos de Donald Trump, que foi derrotado por aquele em 2020, humilhantemente, quando concorria para um segundo mandato, o que já não sucedia desde 1995, estado agora a preparar-se para a desforra.
Só que, se a sondagem agora divulgada pela NBC, um dos mais relevantes canais de televisão nos EUA, estiver afinada com a realidade, quando forem votar, em Novembro do ano que vem, os norte-americanos não querem ver no boletim de voto nenhum dos dois mais nomes, embora tudo indique que venham a ser eles a pedir o voto de mais de 200 milhões de cidadãos.
Como vão as suas equipas lidar com este constrangimento, é agora um dos pontos mais interessantes desta disputa eleitoral que já está a correr, porque há uma coisa que nem um nem outro podem resolver e que é um dos motivos para este "cansaço" dos eleitores norte-americanos: as suas avançadas idades.
Se Joe Biden já está nos 80 anos, o seu rival, que se tem aproveitado de ter menos quatro anos para salientar a "velhice" do actual Presidente, não é muito mais jovem, está nos 76, e terá 77 quando for a votos...
Se chegar a sê-lo, porque Donald Trump enfrenta actualmente uma série de ameaças judiciais em que a que já chegou à barra do tribunal, o alegado suborno a uma pornostar para silenciar uma antiga relação extraconjugal do "milionário" durante as eleições de 2016, é a menor dessas ameaças, porque as outras passam por esconder em casa documentos "top secret" e fuga aos impostos...
Só que... Biden também enfrenta um problema semelhante, depois de o FBI lhe ter passado as propriedades a pente fino devido à presença ilegal de centenas de documentos confidenciais do tempo em que era vice-Presidente de Barack Obama.
O outro problema do octogenário Biden é a sucessão de episódios onde este demonstra que já não está na melhor forma mental para o lugar, sendo que Trump repete à exaustão alguns deles, focando.se especialmente naquela momento em que o Presidente, após um discurso, em cima de um palco, se vira para o seu lado direito de mão estendida para cumprimentar alguém que... não estava lá.
E esta questão judicial é outro dos argumentos para que os eleitores, em grande parte, os queiram ver a ambos pelas costas, embora isso não choque com o facto de que em ambos os partidos, nos Republicanos, seja Trump quem lidera as sondagens para a nomeação nas primárias, e nos Democratas, seja Joe Biden, quem segue em vantagem para o mesmo, sendo que apenas uma decisão sua o tirará da disputa de Novembro de 2024 para mais um mandato na Casa Branca.
Esta sondagem da NBC foi realizada enre 14 e 18 de Abril e mostra igualmente que, do lado dos Republicanos, apesar dos escândalos que parecem perseguir Trump, pelo menos 70% o querem de novo a disputar a entrada na Casa Branca, deixando a grande distância o seu mais próximo adversário, o governador da Florida, Ron DeSantis, com 33%.
No geral da população, este estudo aponta para que perto de 70% não o querem a disputar a eleição de novo.
A questão sobre Joe Biden é semelhante, com também quase 70% dos norte-americanos a preferir outro candidato Democrata.
O peso dos EUA no mundo, sendo ainda a maior potência económica e militar do planeta, faz com que seja incontornável que as disputas eleitorais para definir o poder em Washington se tornem um assunto de interesse global.