Chuvas torrenciais abateram-se sobre a Líbia, deixando um rasto de mais de dois mil mortos e milhares de feridos e desaparecidos, quase ao mesmo tempo que na pota oeste do Norte de África, em Marrocos, um terramoto de intensidade elevada, 6.8 na Escala de Richter, fazia, até esta manhã de terça-feira, mais de 2.600 mortos e mais de cinco mil feridos.
Apesar de o número de vítimas desta tempestade carecer ainda de confirmação oficial, perto de 2.000, sendo estes números resultado da compilação de dados de diversas fontes feita pelos media, o balanço faz com que esta seja já uma das mais violentas que assolaram esta região do Mediterrâneo, no norte do continente africano, contando ainda com forte impacto nos campos petrolíferos do país, um dos maiores produtores africanos, chegando mesmo a ultrapassar Angola nos últimos meses, com mais de 1,2 milhões de barris por dia.
E as imagens repassadas pelos habitantes das áreas mais atingidas para as redes sociais mostram a violência das enxurradas e a forma como, naturalmente, este país essencialmente desértico está longe de estar preparado para estes fenómenos climatéricos extremos, sendo o dedo apontado às alterações climáticas, igualmente responsáveis pela sucessão de cheias e vagas de calor extremo que varre a Europa nas últimas semanas.
As regiões mais atingidas pela tempestade Daniel, especialmente entre Domingo e Segunda-feira, 11, são Derna e Jabal al-Akhdar e ainda Al-Marj, no nordeste marítimo da Líbia.