No balanço realizado pelas autoridades de Kerala, desde 08 de Agosto foram registados quatro centenas de mortos em resultado de afogamentos, aluimentos de terras e a derrocada de infra-estruturas como pontes e edifícios, obrigando o governo deste Estado do sul da Índia a criar mais de cinco mil locais de acolhimento para albergar 725 mil pessoas que focaram sem abrigo.

Para responder a este emergência, Narendra Modi, o primeiro-ministro indiano, já veio a público garantir a disponibilidade de 70 milhões de dólares para ajuda imediata aos necessitados, estando os prejuízos registados na última semana avaliados em mais de 3 mil milhões de USD.

Entretanto, o chefe do Governo de Kerala, Pinarayi Vijayan, em declarações aos jornalistas que acompanham no terreno aquelas que são a mais violenta monção - época das chuvas - dos últimos 100 anos, disse ainda que existem agora riscos acrescidos para as populações locais devido à contaminação dos recursos hídricos onde é captada a água potável para consumo, à deterioração das condições de higiene e da dificuldade de levar ajuda e bens, alimentos e medicamentos, às populações isoladas pela água, podendo esse esforço apenas ser realizado por helicóptero.

Para apoiar as equipas de resgate de bombeiros e serviços de protecção civil, o Governo enviou milhares de militares para as zonas afectadas com a missão principal de levar apoio aos que não podem ser resgatados e retirar dos locais de maior perigo aqueles que podem ser resgatados.

As monções surgem com maior intensidade no sul da Índia, situada geograficamente na faixa tropical e sub-tropical, registando ali uma das mais intensas chuvas em todo o mundo, entre Junho e Setembro.

Apesar de habituadas à sazonalidade e intensidade da época das chuvas, segundo relatam os jornais online do país, há muitos anos - mais de um século - que a intensidade da chuba não atingia esta grandeza, apanhando de surpresa mesmo os mais habituados a lidar com o fenómeno, destruindo pontes e estradas que foram construídas para suportar cheias e intensa pluviosidade.

As monções são causadas pelas grandes amplitudes térmicas entre o oceano Índico e as regiões continentais, com muito menor capacidade térmica que as águas do mar, ocorrendo grande queda de chuva devido ao transporte de massas húmidas que se geram sobre o mar para terra, onde acabam por cair abundantemente na forma de chuva.

Nas últimas horas a intensidade das chuvas baixou e as águas começaram a descer.