O balanço de vítimas foi sendo alterado pelo menos duas vezes por dia e está, nesta segunda-feira, perto das 09:00, segundo as autoridades marroquinas, nos 2.122 mortos e 2.421 feridos, centenas deles em estado grave nas unidades hospitalares da região.

Com o começo da chegada ao terreno das equipas de socorro internacionais, depois de dezenas de países terem mostrado disponibilidade para envio de equipas, quatro receberam o pedido formal de ajuda feito pelo Governo de Rabat, estando já a caminho deste país do norte de África equipas de Espanha, Reino Unido, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Segundo os relatos dos media marroquinos, depois da concentração dos esforços de socorro nas zonas urbanas mais densamente povoadas, como em Marraquexe, os meios de ajuda e socorro, bem como de apoio secundário, alimentar, alojamento improvisado e questões de saúde prévias, começam a chegar em força às áreas mais distantes das zonas urbanas, especialmente à região montanhosa do Atlas, onde o sismo se fez sentir com especial gravidade.

Este abalo sísmico foi de intensidade relevante, 6.8 na Escala de Richter (vai até 9), que se coaduna com graves danos à superfície embora abaixo do valor de devastação total que ocorre a partir dos 8 nesta medição internacional de catástrofe gerada por fenómenos telúricos, como, por exemplo ocorreu em Fevereiro desde ano na Turquia e na Síria, que chegou aos 7.8 (Richter), com mais de 45 mil mortos e dezenas de milhares de feridos, além da devastação que atingiu uma geografia de dois países e várias cidades arrasadas por inteiro.

Com epicentro, a zona onde a crosta da terra cedeu e gerou o abalo sísmico, ocorreu a cerca de 50 kms a sul de Marraquexe, numa zona montanhosa, tendo as ondas de choque atingido os países vizinhos, desde a Argélia à Mauritânia, a este e oeste, e ainda os países europeus a norte, como Portugal e Espanha, embora sem danos conhecidos, nem em pessoas ou materiais.

Este terramoto é o mais grave ocorrido em Marrocos mas as suas consequências estão longe do que se abateu, também na mesma área geográfica, na cidade de Agadir, que sofreu danos neste também, em 1960, no qual morreram mais de 10 mil pessoas.

Sendo uma região de grande procura por turistas nesta época do ano, largas dezenas de milhares destes ocorreram aos aeroportos da região para deixarem o país, o que acabou por provocar "replicas" em vários pontos do mundo, onde começaram a chegar, a partir de Sábado, voos especiais fretados pelos respectivos governos.

Sismos no mundo e a sua gravidade

No mundo ocorrem mais de 200 mil tremores de terra anualmente e só uma pequena parte destes são sentidos pelas populações e uma ainda mais ínfima percentagem chegam a criar problemas às comunidades onde ocorrem.

São os abalos com intensidade de 6 ou superior que na generalidade dos casos geram mais risco e onde ocorrem mais danos. E é entre os 7,7 e os 7,9 que começam a perigar seriamente os edifícios mais altos ou menos robustos.

As grandes magnitudes, de 8 a 9, podem ter efeitos devastadores, com maremotos gigantes capazes de destruir cidades costeiras e matar milhares de pessoas, tendo o limite máximo da escala, teoricamente, a libertação de energia suficiente para destruir tudo no seu raio de acção.

Por exemplo, o terramoto de devastou regiões da Turquia e da Síria, no início deste ano, e que matou mais de 50 mil pessoas, atingiu os 7,8 graus na escala de Richter, sendo o resultado de grande letalidade justificado não só pela intensidade do abalo mas também pela falta de qualidade das construções habitacionais.

O abalo sísmico mais intenso foi de 9,5 graus de magnitude na Escala de Richter e ocorreu na região de Valdivia, cidade a 740 km ao sul da capital do Chile, no início da década de 1960, gerando um maremoto (tsunami) com ondas de mais de dez metros, que mataram mais de 2 mil pessoas.

São Francisco e Los Angeles, na Califórnia, e Tóquio, no Japão, são das grandes cidades mais expostas à ocorrência de sismos de grande magnitude.