Joe Biden, embora deixando o tema da Ucrânia quase para o final do seu discurso, um dos mais aguardados desta 78ª Assembleia-Geral da ONU, que conta entre os presentes com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou que esta AG acontece "enegrecida pela sombra da guerra".
Uma guerra, na Ucrânia, que já dura há 18 meses, e que considera ser "ilegal" e de "conquista" sem que tenha havido uma provocação, o que não é partilhado pelos russos, que, recorde-se, acusam mesmo os EUA de terem estado por detrás da provocação que levou à invasão com a iminente entrada da Ucrânia na NATO, o que Moscovo considera ser uma "ameaça existencial".
Biden admitiu que a guerra tem de acabar e que ninguém mais que os ucranianos querem acabar com este conflito, reiterando o apoio inequívoco de Washington a Kiev no seu esforço de conseguir "uma solução diplomática que garanta uma paz justa e duradoura", o que, segundo as repetidas afirmações de Zelensky, só será possível com a saída dos russos de todo o território ucraniano cujas fronteiras foram reconhecidas pela comunidade internacional em 1991, quando o pais saiu da então União Soviética.
E este é, provavelmente, logo a seguir à questão da entrada da Ucrânia na NATO, o ponto mais incandescente entre Moscovo e Kiev, porque os russos consideram que as provinicias anexadas em 2022, Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhia, e ainda mais complexo, a Crimeia, anexada em 2014, são agora regiões russas como é Moscovo ou São Petersburgo.
E deixou, sobre este tema, uma provocação em forma de questão: "Se os EUA abandonarem os princípios de não deixar um agressor triunfar, pode algum Estado-membro da ONU garantir e estar confiante de que está protegido se deixar a Ucrânia ser vergada?".
E repetiu o compromisso de manter os EUA ao lado de Kiev enquanto os ucranianos estiverem a luar pela sua soberania, liberdade e integridade territorial.