"O Conselho de Segurança da ONU vem perdendo progressivamente sua credibilidade. Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia", afirmou o Presidente brasileiro na abertura dos debates gerais da 78.ª Assembleia-Geral da ONU.
Segundo Lula da Silva, a alegada fragilidade do Conselho de Segurança "decorre em particular da acção de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime".
"Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia", completou.
Lula da Silva, que está no terceiro mandato presidencial, retorna ao plenário da ONU após 14 anos. A última vez que discursou como Presidente brasileiro foi na Assembleia-Geral de 2009.
A crítica à governança global também foi tema do discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, que sublinhou, na abertura do evento, que o Conselho de Segurança das Nações Unidas reflecte a realidade política e económica de 1945, quando muitos países agora representados no plenário da ONU ainda estavam sob domínio colonial.
"O mundo mudou. As nossas instituições não. Não podemos resolver eficazmente os problemas tais como eles são se as instituições não reflectirem o mundo tal como ele é. Em vez de resolverem problemas, correm o risco de se tornarem parte do problema", disse Guterres.