Desde domingo que milhares de jovens têm atacado os quartéis da MONUSCA, a missão especial das Nações Unidas para a República Democrática do Congo (RDC), especialmente no leste do país, acusando esta organização de não fazer nada para controlar a acção violenta dos grupos de guerrilheiros e milícias que dura há décadas e exigindo que esta missão da ONU deixe o país.
Um "capacete azul" egípcio e dois polícias indianos foram mortos durante um ataque aos quartéis da missão especial das Nações Unidas para a República Democrática do Congo. A ONU reagiu, dizendo que "qualquer ataque contra 'capacetes azuis' pode ser considerado um crime de guerra" e pede às autoridades da RDC que "investiguem este incidente e rapidamente responsabilize judicialmente os responsáveis".
Em comunicado, o porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, sublinhou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, "condena firmemente" o ataque e transmitiu as suas "profundas condolências" às famílias das vítimas.
"O secretário-geral também condena veementemente a violência contra várias bases da ONU em Kivu do Norte desde 25 de Julho, em que indivíduos e grupos invadiram e se envolveram em saques e na destruição de bens da ONU, bem como saques e incêndios nas residências de funcionários das Nações Unidas", destacou Haq.
O porta-voz disse ainda que Guterres também lamenta a morte dos manifestantes e reiterou "o compromisso da MONUSCO em trabalhar com as autoridades da RDC para investigar estes incidentes", recordando ao mesmo tempo o estatuto das forças da ONU com as autoridades de Kinshasa, que "garante a inviolabilidade de instalações das Nações Unidas".
Farhan Haq declarou igualmente que Guterres "sublinha o firme compromisso da ONU com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da RDC".
"A ONU, através do seu representante especial na RDC e da sua missão, mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, continuará a apoiar o governo e o povo da RDC nos seus esforços para alcançar a paz e a estabilidade no leste do país", concluiu.
A MONUSCO está estacionada no nordeste da RDC há mais de 20 anos, numa tentativa de fortalecer a paz no país, apesar da presença de cerca de 130 grupos armados que disputam o controlo dos vastos recursos naturais do país, designadamente cobre, cobalto, ouro e diamantes.