Na justificação para a assinatura deste acordo, Vladimir Putin, citado pelos media russos, disse que a Coreia do Norte tem o direito de se defender da agressão norte-americana, o que fica garantido pela Rússia no acordo assinado durante o encontro entre ambos que hoje teve lugar.

Vladimir Putin e Kim Jong-un estiveram reunidos, com as respectivas delegações, depois de terem estado "heads up", e foi nesse momento que o documento de protecção mútua foi assinado.

Este acordo tem semelhanças com aqueles que a Ucrânia assinou recentemente com 16 dos seus aliados ocidentais para garantir a sua segurança, e tem, segundo Putin, o objectivo de servir de mapa para a cooperação futura entre os dois países, "em todas as esferas".

A obrigação de protecção mútua está assim garantida para o caso de um deles ser alvo de agressão externa, sublinhou o chefe do Kremlin.

E o líder russo não escondeu a influência que a guerra na Ucrânia tem no acordo agora assinado com o ditador mais conhecido do mundo, aludindo ao apoio substancial que os países ocidentais deram aos ucranianos para enfrentar a Rússia.

Face a esse apoio dos EUA e aliados a KIev, incluindo a autorização para o uso das suas armas contra a Federação, Moscovo "não afasta a possibilidade de desenvolver uma cooperação militar com a Coreia do Norte no âmbito do acordo agora assinado".

Neste contexto, Putin denunciou as sanções da ONU a Pyongyang e exigiu que o embargo internacional à venda de armas para este país seja revogado.

Este anúncio é, efectivamente, o cumprimento da ameaça de Putin quando disse que podia armar inimigos dos EUA e da NATO depois desses países terem autorizado Kiev a usar os seus misseis contra alvos no interior da Federação fora do mapa das trincheiras. (ver links em baixo nesta página)