O cessar-fogo que deveria ter começado ao final da tarde de segunda-feira, 22, acabou por, como aconteceu com todas as outras tentativas, falhar, embora este tivesse renovadas expectativas de sucesso devido à intervenção directa dos EUA e dos sauditas.

Ao que tudo indica, embora ainda não se saiba exactamente quem nela vai participar, por iniciativa do Presidente João Lourenço, a capital angolana recebe na próxima semana um encontro internacional sobre este conflito, que já dura há mais de um mês e já provocou mais de 700 mortos, milhares de feridos e quase um milhão de refugiados internos e nos países vizinhos.

De acordo com a agência espanhola de notícias, a EFE, citada pela Lusa, a capital sudanesa está desde segunda-feira à noite a assistir a bombardeamentos aéreos no sul e no noroeste, havendo relatos de confrontos entre o exército e a Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) em vários pontos da capital.

O exército sudanês levou a cabo vários bombardeamentos antes da entrada em vigor da trégua, na segunda-feira às 21:45 locais, acordada em Jeddah com a mediação da Arábia Saudita e dos Estados Unidos da América.

Pouco antes do início da trégua, o líder da RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, publicou uma mensagem em que condenava os bombardeamentos e pedia às forças paramilitares para continuarem os combates até à derrota do exército, de acordo com o portal sudanês de notícias Sudan Tribune.

Desde o início dos combates, em 15 de abril, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas: mais de 840.000 procuraram abrigo em áreas rurais e outras localidades, enquanto 250.000 pessoas cruzaram as fronteiras sudanesas.