O início da história ou de esquemas bem urdidos, normalmente, começa com um cabecilha, que tem uma ideia, ao qual se juntam os "homens alegres" para concretizar a ideia, intentando um pequeno desvio aqui, um "reajuste" ali, bagatelas, coisas que ninguém dá conta, mas que depois se agigantam. Como um rio que nasce de um fio d "água e depois vai crescendo criando uma verdadeira catarata de oportunidades. Alegres, eles ficam com a conta bancária recheada à custa dos contribuintes.

Por meio de engenhosos planos e de oportunidades múltiplas, desafiando a máxima que mais depressa se apanha um mentiroso, que um coxo, estes amigos do alheio descobriram que podiam "ajudar" o Estado a reembolsar o dito imposto que deveria acrescentar valor. Com tanta mentira, já nem se sabe quem é mais rápido: se é o mentiroso, se é o dinheiro a desaparecer. É tanta oportunidade que até parece que o Estado está a fazer um concurso de desvio de fundos. Quiçá haverá prémios no aniversário dos 50 anos da independência.

Surdos de indiferença, estes larápios modernos, em vez de devolverem o dinheiro aos contribuintes, depositam os recursos nos seus próprios bolsos. Esta ideia de rebeldia contra a injustiça e defesa dos oprimidos, num país onde a "miséria já paga IVA", não se aplica. Cada vez mais parece que o ditado popular que "o cabrito come onde está amarrado" está longe de morrer de fome. Há muito apetite e capim para comer.

Milhões desaparecem como mágica, mas, ao contrário de um truque ilusionista, ninguém aplaude no final. São façanhas nada nobres de casos que vão sendo revelados. E aqueles que não se sabe nem se conta?