Infelizmente, Angola, nos últimos anos, tem demonstrado uma capacidade enorme de levar tudo na desportiva, pois conhece mais o sabor amargo das derrotas do que o gosto doce das vitórias. No início de uma competição, ficamos todos com uma esperança optimista que se esfuma muito rapidamente. O afundar lento daquelas que eram as modalidades mais tituladas, pelo menos em África, mostra sinais de preocupação, com destaque para a perda da hegemonia no basquetebol masculino e os resultados muito sofríveis no futebol também masculino. Como resultado, os adeptos frustrados afastam-se cada vez mais da sua equipa, da sua selecção. E é um círculo vicioso.
Há outras modalidades que vão dando o ar da sua graça, mas, fora de portas, o resultado final é quase o mesmo. Fracasso redondo, salvo raras excepções que, ao continuar como está, se juntarão à regra.
As infindáveis polémicas que grassam a nossa arena desportiva não transmitem esperança nem permitem levar a sério a proposta de massificação do desporto. Se não há investimento na base, fica difícil conseguir resultados no topo. Rios de dinheiro correm para infra-estruturas gigantes, mas os locais onde se deveria priorizar a prática do desporto viram selva de betão.
Levar na desportiva pode ser permitido em jogos de amigos e partidas de fim-de-semana, mas, quando se representa uma nação, tem de haver mais investimento, mais compromisso. É que nos tempos que correm, já nem temos esperança de ganhar. Qualquer resultado positivo é um milagre.