A presença e participação de um país na cena internacional são asseguradas pela sua actividade nas grandes organizações internacionais, como as Nações Unidas e as suas diversas agências especializadas, organizações continentais, regionais, etc.

No plano desportivo, o raciocínio é precisamente o mesmo, na medida em que a presença activa de cidadãos angolanos nas federações mundiais e continentais é, de facto, um indicador sobre a nossa força influenciadora nas tomadas de decisão e, até certo ponto, inclusivamente sobre o estágio de desenvolvimento da modalidade no País.

É absolutamente necessário que encaremos esta questão da inserção e participação de angolanos nas federações internacionais, pois, ainda que não mudemos o mundo como sonhou Nelson Mandela, podemos fazer que os objectivos estratégicos das organizações desportivas nacionais possam mais facilmente em articulação com os internacionais.

A título meramente exemplificativo e num exercício de memória, destaco, nesta altura, a liderança da COSAFA por parte de Artur Almeida e Silva, igualmente presidente da nossa Federação Angolana de Futebol, a vice-presidência da Confederação Africana de Andebol por Pedro Godinho, actual vice-presidente do Comité Olímpico Angolano e a liderança da VI da FIBA África por Paulo Madeira, antigo vice-presidente da FAB. Para além destes casos, acredito que tenhamos outros em posições de liderança e diria que, numa segunda linha destes organismos, com certeza que estamos representados por compatriotas nossos.

A percepção que tenho é que nos falta uma estratégia efectiva de inserção ou, pelo menos, uma noção clara da importância da nossa presença nas organizações desportivas internacionais, pois só assim se pode compreender que nos processos electivos os candidatos angolanos normalmente concorram largados à sua sorte, sem um amparo e suporte de institucional do Governo e, inclusive, das próprias federações nacionais.

Esta é, realmente, uma situação anormal que tem necessariamente de ser corrigida e o caminho ideal, em minha opinião, passa por uma definição de uma estratégia concreta de inserção e manutenção de quadros desportivos angolanos nas organizações internacionais, estando os mesmos sujeitos, naturalmente, a determinados níveis de desempenho no exercício das suas funções em representação do País.

*Presidente do Clube Escola Desportiva Formigas do Cazenga