Napoleão. A estratégia vestida de Narciso. Austerlitz, a batalha perfeita para Alekhine. Quase se perdeu em Borodino, a experiência (amarga) russa. Fez escolas. Organizou o país. Criou uma nova administração. Instituiu a meritocracia através das Escolas Superiores. Usurpou com génio, e se caiu perante um general apenas competente, não deixou de manter a auréola, mesmo nos confins de Santa Helena. Um corso que passou a ser francês.
César. Quer queiramos quer não. Atravessou o Rubicão. Expandiu Roma para as terras selvagens europeias, numa altura em que a civilização, e os cereais, estavam a Sul e no Oriente. A Grécia, é claro, era já Roma. Apesar da doutrina e da organização militar, Roma não deixou de ter o seu Pirro. Os generais ainda assim faziam a diferença.
Gengiscão. Afinal foi dos que mais caminhou, espalhando o sémen por vastíssimas áreas num afã de reprodução. Um rolo compressor que chegou às faldas da Europa. Deixando vivos e muitos mortos.
Saladino. Vulgarizou as forças que, cruzadas, se julgavam poderosas e procuravam resgatar o que não lhes pertencia. Superior. Derrotou-as. Cairo, Damasco, Bagdad e Jerusalém. Linda a sua relação com Ricardo. Os grandes generais respeitam-se. Era curdo, desse povo sem país.
Shaka. O mais famoso dos generais bantus. Alterou as armas utilizadas e a forma de lutar do seu exército. Expandiu o território do seu reino uma dúzia de vezes. Era temido e respeitado. Morto pelos seus meio-irmãos.
Mandume. O nosso mais famoso general. Numa conjuntura muito difícil enfrentou as potências coloniais que disputavam a região. Alemanha. Grã-Bretanha. Portugal. Chegou a chefiar um exército de 50 mil homens, quando conseguiu juntar os reinos ovambos. Ao ultimato das potências coloniais, respondeu: Meu coração me diz que não fiz nada de errado. Se o branco me ama, eu estou aqui, eles podem vir e podem me tirar daqui. Eu não vou disparar o primeiro tiro, mas eu sou um homem e não uma seixa. Eu lutarei até que minha última bala termine. Dirigiu o seu povo dos 17 aos 23 anos.
Os generais matam, ou mandam matar. O morto nem sempre é general. Pode até ser um pacato cidadão. Pode ser um ex-amigo, que ás vezes é sinónimo de inimigo. Pode até nem estar em nenhum campo de batalha. Essas são as mortes que não dão glória aos generais.
Ás vezes procura-se corrigir a história. Nomeiam-se generais. Coisa estranha.
O Morto dá voltas na sua tumba de granito e malaquite.