Com os camelos, chegou também a promessa de revolucionar a indústria do leite no Sul de Angola. Um leite gostoso com sabor à aventura, rico em nutrientes e uma opção melhor para pessoas com intolerância à lactose ou alergia ao leite de vaca. Mas o leite é apenas o começo desta viagem. Depois vem o turismo. Os turistas, ávidos por selfies exóticas, poderão, brevemente, montar esses gigantes peludos e viajar pelas areias escaldantes do Namibe, sacudindo a poeira e quem sabe expandirem a sua presença para o Parque Nacional do Iona para competir em altura com as também recém chegadas girafas.

Outro benefício dos camelos é a sua capacidade de transportar carga. Esses modelos de camiões de 18 rodas têm mais personalidade e menos emissões de carbono que as viaturas normais. Sem dúvida, transporte amigo do ambiente que irá contribuir para a transição energética em Angola. Eles podem desfilar pelas dunas, carregando tudo, desde equipamentos de construção até miminhos para os turistas.

Não podemos esquecer a sua capacidade reprodutiva. No Namibe, terra da felicidade, esses camelos vão estar tão felizes que irão pulular sobre estas terras. Que sejam fecundos e se multipliquem. Em pouco mais de um ano, haverá pequenos camelinhos dando seus primeiros passos trôpegos nas areias, experimentando a brisa matinal sob o olhar atento das suas mães.

Estes camelos das arábias são tão educados que, certamente, não se irão alimentar da mística Welwitschia mirabilis. Vão, pacificamente, coabitar e quem sabe fazer amizade com outras espécies da flora e da fauna angolana. Para estes camelos, o céu é o limite - ou, neste caso, a próxima duna.