Recentemente, essa varinha deu a oportunidade a alguns funcionários públicos de cessarem as suas obrigações de trabalhar diariamente para o Estado. Um convite instantâneo para emprestarem o seu saber acumulado a outros sectores da vida do País ou para descansarem do cansaço que debilita o corpo. Para esses um enorme silêncio e nem um obrigado pelo esforço mesmo que não tenham correspondido ao esperado. Faz parte dos riscos.
Para outros são proferidas algumas palavras de encorajamento, uma justificação e uma novidade: para além dos demais papéis e funções acumuladas junta-se agora a função de bombeiro. A oportunidade de organizar casas que não estão alinhadas com os planos e que cujos fogos precisam de ser acabados. Tal como as queimadas que dizimam florestas, vida selvagem e até ceifam vidas humanas, estes fogos têm origem conhecida. O que parece estar a faltar é a capacidade para os apagar e coragem para combater o fogo posto.
É esperar que o fogo de artifício das mudanças não seja só barulho para disfarçar as críticas. Que venham as mangueiras de promessas e escadas de campanha, e que não falte água importante para extinguir as chamas com uma eficiência que deixaria qualquer bombeiro profissional orgulhoso. Nada de abafar os erros com cobertores de desculpas bem ensaiadas.
O rejuvenescimento é importante, o adquirir a experiência no emprego também. Mas as escolhas têm de ser mais acertadas para evitar de inovar e nomear alguém que ainda não mostrou nada porque... bem, porque ainda não nasceu! O futuro potencial.
E assim, a dança das cadeiras continua, ao som de uma música que só uns ouvem. É uma melodia caprichosa, cheia de risos e cochichos, onde cada nota é uma decisão que muda vidas, mas que não pode ser tomada com a leveza de quem escolhe o sabor do gelado numa tarde de verão.