A viabilidade deste projecto é uma questão que flutua nas mentes dos habitantes da cidade que desconfiam desta proposta muito por conta de outras soluções de mobilidade urbana que nunca saíram do papel e da prioridade da proposta tendo em conta os numerosos problemas da capital da província que em 2011 engordou e que agora se vaticina que emagreça.

Segundo estudos recentes, a ideia não só é viável, mas já está em fase de planificação com rotas que prometem transformar a mobilidade urbana da cidade. Cruzar o céu de Luanda numa gôndola flutuante, deslizando suavemente acima do tráfego caótico, enquanto os motoristas lá em baixo olham com inveja é sempre uma possibilidade que assenta numa outra expressão. Ver para crer!

As carruagens flutuantes de vidro serão úteis não apenas para transportar passageiros enquanto vão cocegando preguiçosamente as nuvens que se estendem no seu caminho. Lá do alto poderão ajudar a promover o turismo de topo permitindo espreitar a intimidade dos luandenses, garantindo uma visão panorâmica das vidas alheias, um reality show ao vivo e a cores, sem a necessidade de editar os momentos mais monótonos. Turistas com binóculos em punho, tentando captar a essência da vida luandense.

Com o teleférico os mujimbos seriam elevados a um novo patamar - literalmente. Os boatos não estariam apenas confinados ao solo; agora, poderiam ser sussurrados de gôndola para gôndola, flutuando no ar como balões de diálogos numa história de banda desenhada. E os sustos fariam parte da viagem. Bastaria, ao mínimo ruído, alguém dizer os parafusos não estavam bem apertados ou que uns cabos teriam sido surripiados na noite anterior.

Só o tempo dirá se não estamos perante uma outra promessa como o comboio de superfície, o transporte marítimo por meio dos catamarãs e outras soluções de mobilidade urbana que não saem do papel.