Na maior parte dos casos é a inauguração de uma infra-estrutura relevante para a comunidade, como no caso de uma barragem hidroeléctrica que fornece energia para milhões de pessoas, um centro de serviços que atende milhares de pessoas para tratarem documentos e actos notariais, uma estrada que vai permitir melhor circulação de pessoas e bens ligando o país, reduzindo as desigualdades ou então uma fábrica de palitos de dentes que vai gerar empregos e diminuir a importação deste útil produto.

Todas as obras de raiz ou benfeitorias são sempre bem-vindas e a classe política aproveita as inaugurações para marcar uns pontos junto aos cidadãos eleitores, mostrando muitas vezes trabalho atrasado e discursos de gabinete. No passado, vimos obras pequenas serem inauguradas por ministros, quando poderia ser feito pelos administradores municipais e comunais. Este modus operandi parece ter melhorado, mas há ainda espaço para melhorias, particularmente na inauguração de casas de banho de escolas ou de lombas para redução da sinistralidade rodoviária. Não deverá estar em causa o mérito da obra, mas sim o elevado cargo de quem corta a fita.

Ao contrário das lombas, cuja manutenção é reduzida, para as casas de banho há que assegurar a manutenção para que não tenham o mesmo destino das casas de banho públicas que foram espalhadas pela cidade de Luanda e que tiveram curta vida. Que venham mais casas de banho, pois os índices de defecção ao ar livre são elevadíssimos. E o cheiro também não exala aromas que combinem com o vinho espumante.

Nestes dois casos, as inaugurações foram regadas com vinho espumante, talvez mais pelo estouro da rolha a saltar do que pelo conteúdo da garrafa. Certamente que uma inauguração com kissângua seria mais nacional e ajudaria a trazer para a formalidade os produtores de bebidas mais tradicionais.