No documento consultado pelo Novo Jornal, assinado pela ministra das Finanças, é possível verificar que vão ser entregues duas fracções autónomas no 12º piso do Edifício CIF Luanda Two, localizado na Avenida do 1º Congresso do MPLA, no município da Ingombota, Luanda," propriedade do Estado Angolano", a favor do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

Vera Daves delega na directora nacional do património do Estado a competência para outorgar, em representação do Ministério das Finanças, o auto de afectação das fracções.

Os edifícios CIF Luanda One e CIF Luanda Two, que se encontravam na posse do China International Fund (CIF), foram apreendidos em Fevereiro de 2020 pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República, por alegadamente terem sido "construídos com fundos públicos".

Acontece que o "caso Kopelipa" está a ser julgado e os juízes do Tribunal Supremo entendem ser fundamental o Estado esclarecer em que condições está a vender o património da CIF apreendido no processo que está em julgamento, por isso notificou o Ministério da Indústria e Comércio e o IGAPE, para que clarifiquem essa questão, como tem noticiado o Novo Jornal.

"Kopelipa" e "Dino" são acusados de vários crimes, como tráfico de influência, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder, sendo também arguidos o advogado Fernando Gomes dos Santos, o cidadão chinês Yiu Haiming, as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, assim como a CIF-Angola.

Os advogados do CIF entendem ser fundamental e importante o tribunal clarificar em que condições é que o Estado está a vender, em leilão, o património da CFI apreendido no processo, visto que é de Lei que o património apreendido só deve ser perdido a favor do Estado quando é transitado em julgado.

Segundo os advogados, o processo só agora está a ser julgado e o património já está a ver vendido pelo Estado, através do IGAPE, que colocou em leilão cinco empresas do grupo China International Fund (CIF), nas áreas de cimento, bebidas, logística e automóvel.

Benja Satula, advogado das Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, que detêm 40 por cento dos activos da CIF Angola, disse que todos os processos-cíveis que estão a ocorrer em relação à CIF foram suspensos até decisão final do processo-crime em julgamento.