O antigo primeiro-ministro de Angola, Lopo do Nascimento, diz que os 50 anos da independência são "uma grande vitória" e acredita que Angola continuará a vencer os desafios do presente e do futuro.
"Os angolanos, após o conflito armado, ultrapassaram vários problemas, mas não podemos continuar divididos, a reconciliação nacional é o caminho que vai conduzir-nos ao desenvolvimento", disse Lopo do Nascimento.
O nacionalista Ngola Kabangu, que no Governo de Transição que foi ministro do Interior, defendeu o bom funcionamento das instituições para que se fortaleçam as bases do Estado Democrático e de Direito, se garanta a unidade nacional e se assegure a defesa da soberania nacional.
No balanço dos 50 anos da independência, o histórico dirigente da FNLA, Ngola Kabangu, afirmou que a luta valeu o sacrifício, reconhecendo que a geração que conduziu o processo cometeu "muitos erros" que agora cabe aos jovens corrigir.
"Angola ainda precisa consolidar a reconciliação, a paz social e um novo discurso político assente em participação, educação e abertura democrática para que o País avance finalmente rumo a uma verdadeira nação", disse.
O político e nacionalista Jorge Valentim sublinhou que os 50 anos de independência nacional devem promover a coesão social e reflectir sobre os desafios futuros do País.
"A data simboliza meio século de auto-determinação, liberdade e soberania, fruto de uma luta árdua contra o colonialismo", frisou.
O nacionalista Ernesto Mulato diz que a reconciliação nacional é fundamental para reconstruir a sociedade, promovendo a estabilidade, o desenvolvimento socioeconómico e a unidade.
"Ela permite a consolidação de conquistas sociais e políticas, criando bases sólidas para o crescimento e o bem-estar colectivo, e é vista como a principal conquista de um país", frisou, lamentando a exclusão social em Angola que se manifesta na extrema pobreza, especialmente nas zonas rurais, e é agravada pelo desemprego e pela falta de acesso a serviços básicos.
O jovem político e secretário-geral do Bloco Democrático, Muata Sebastião, diz que a reconciliação nacional em Angola ainda não é uma realidade, pois a divisão ideológica e as tensões políticas persistem.
"Há uma necessidade de haver uma reconciliação que abranja todas as camadas da sociedade, o que não tem sido totalmente implementado. A persistência da pobreza e da desigualdade, assim como a falta de infra-estruturas básicas, contribuem para a divisão social, criando um cenário complexo para a reconciliação.", referiu, lamentando "o esbanjamento" de dinheiro no âmbito dos festejos dos 50 anos da Independência nacional.
"A comemoração dos 50 anos de Independência deveria ser um momento de reflecção, porque há muita fome no país, muita miséria, não se justificam estes gastos todos", disse.
As comemorações dos 50 anos da Independência juntam 10 mil convidados, entre os quais 13 Chefes de Estado e de Governo, além de representantes de organismos internacionais e corpo diplomático acreditado no país e 45 delegações estrangeiras na Praça da República.

