A opinião é do secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, para quem, mais do que discutir, a referida reunião possibilitará identificar soluções que possam ajudar a manter o momento de estabilidade e paz que caracterizou, por exemplo, o Burundi, no final de 2014 e princípio deste ano.

Ao fazer o balanço à imprensa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, do périplo de quase duas semanas que realizou por alguns países desta região de África, Manuel Augusto manifestou-se satisfeito com a nova medida adoptada pela República Centro Africana (RCA) para pôr fim aos ciclos recorrentes de guerra, instabilidade e de golpes de Estado naquele território.

Trata-se do Pacto Republicano, um documento que se traduz num compromisso de todas as forças políticas, sociais, religiosas e culturais da RCA, para com a paz, unidade e a reconciliação nacional, marcando o início e o fim do diálogo. O mesmo foi adoptado no encerramento do Fórum de Bangui.

É um documento suficientemente abrangente que contempla as várias preocupações dos diversos sectores da sociedade. Mas, como tudo, é um documento, um papel. Por isso, é necessário que haja vontade política e disposição para se meter em prática aquilo que os actores centro-africanos decidiram, advertiu Manuel Augusto, que testemunhou a divulgação deste instrumento.

Neste sentido, disse que à comunidade internacional, da qual Angola faz parte, compete ajudar os centro-africanos a respeitar aquilo que eles próprios decidiram e na criação de condições materiais para que seja muito mais fácil este caminho para a paz e a reconciliação naquele país que tem tudo para dar certo, por possuir imensos recursos naturais e uma população manejável em termos de número.

Ainda sobre os problemas a nível dos Grandes Lagos, o secretário de Estado das Relações Exteriores adiantou que a RD Congo constitui o epicentro quando se analisam os problemas desta zona, mas que de momento existe uma comunhão do ponto de vista de que a situação está sob controlo e com tendência a melhorar.

Contudo, notou que alguns acontecimentos pontuais na região, com destaque para o que ocorrem actualmente na República do Burundi que, a seu ver, constitui grande preocupação, dado o seu possível efeito como factor desestabilizador em toda a região.

No Burundi, tivemos a garantia de que a situação estava sob controlo, mas persistem as preocupações, tendo em conta que quanto mais se aproxima a data das eleições, maior é o perigo de desentendimento. Por isso mesmo é muito oportuna a Cimeira dos Chefes de Estado e dos Governos dos Grandes Lagos que terá lugar nos próximos dias em Luanda - asseverou.

Manuel Augusto informou, na ocasião, que o seu périplo pela RCA, Congo Brazaville, República Democrática do Congo e Burundi se enquadrou na preparação da referida Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CIRGL, que está a ser preparado cuidadosamente, para que se adoptem medidas concretas que ajudem a pôr fim nos conflitos da região.

Angop/NJ