No documento, assinado pelo secretariado de comunicação, o partido do "Galo Negro", que insiste no não-reconhecimento da eleição de João Lourenço, denuncia aquilo a que chama presença militar nas ruas para "intimidar o cidadão que pretende manifestar-se".
E apela a que as forças de segurança se abstenham do uso da força contra os cidadãos que "pretenderem manifestar-se contra os resultados eleitorais, no dia de tomada de posse".
Apesar de a UNITA não ter informado sobre a convocação de qualquer manifestação para a semana em curso, marcada pela cerimónia da tomada de posse do Presidente eleito a 24 de Agosto, e de as FAA já terem garantido que as unidades militares em circulação por Luanda destinam-se ao desfile militar da mesma cerimónia, este comunicado deixa em aberto a possibilidade de o partido concordar com essas manifestações, demonstrando assim o seu apoio tácito.
O mesmo documento serviu ainda para o maior partido da oposição "reiterar o não reconhecimento dos resultados eleitorais anunciados pela CNE e legalizados pelo Tribunal Constitucional, por serem contrários à vontade expressa pela maioria dos eleitores nas urnas, no dia 24 de Agosto de 2022".
O Presidente toma posse na quinta-feira e no dia seguinte é a vez dos deputados assumirem os seus lugares no Parlamento, mantendo-se a dúvida se os eleitos pela UNITA o vão ou não fazer.
Nas eleições de 24 de Agosto, o MPLA obteve 51,17 por cento e 124 deputados e a UNITA 43,96 por cento e 90 deputados.
Entre os partidos mais pequenos, foi o PRS quem chegou mais longe, ficando em 3º lugar, com 1,14%, seguindo-se a FNLA, com 1,06%, e o PHA, com 1,02%. Todos eles com dois deputados eleitos garantidos.
A CASA-CE, com 0,76%, a APN, com 0,48%, e o PJANGO, com 0,42% dos votos, não conseguiram qualquer assento parlamentar.
Dos mais de 14 milhões de eleitores inscritos, votaram 6.454.109, o que corresponde a 44,82%. Não votaram mais de sete milhões, correspondendo a 55,18% de abstenção.