Incentivando os órgãos judiciais a continuarem o seu trabalho no combate à corrupção e impunidade, o Presidente salientou que o País "vem dando passos corajosos desde finais de 2017, investigando, julgando e condenando servidores ou ex-servidores públicos de todos os escalões, desde os níveis do município, província e o próprio executivo central, da Assembleia Nacional e de empresas públicas com imparcialidade necessária para o sucesso desta causa".

No seu discurso que marcou a cerimónia solene de abertura do ano judicial, João Lourenço destacou que os órgãos de justiça "têm sido incansáveis", apesar da exiguidade de meios, alguma falta de experiência e de condições de trabalho.

"Contudo, forças internas e externas, ligadas aos que mais delapidaram o erário público, organizam campanhas com vista a denegrir e desacreditar a justiça e o Estado angolano, mesmo com tantos exemplos concretos de indiciados, arguidos e alguns já condenados" afirmou o Presidente.

Segundo o Chefe de Estado, "os que vêem o seu castelo desmoronar de forma inexorável" tentam defender os seus interesses e procuram reverter a situação fora dos tribunais.

"Pretendem ser eles a comandar a acção da justiça angolana, envolvendo o chefe de Estado a ponto de determinarem quem deve ser indiciado. É evidente que isto está à partida condenado ao fracasso", declarou João Lourenço, que garantiu ainda que a justiça angolana vai cumprir o seu papel e que "o Presidente não vai interferir em violação da Constituição, como pretendem que o faça".