"A Frente Patriótica Unida insta o Presidente da República a informar a opinião pública e aos órgãos de justiça quem são, efectivamente, os altos responsáveis que estão implicados no contrabando de combustíveis", disse o coordenador da FPU, Adalberto Costa Júnior, quando lia o comunicado desta organização sobre a situação do País.

Na sua comunicação, o também presidente da UNITA pediu ao Executivo para anular o Censo Populacional em curso no País, depois do prazo ter terminado no dia 19 sem que tenham sido atingidos os seus objectivo.

"O Censo Populacional 2024 em Angola é um fracasso, atendendo às grandes falhas que têm sido registadas em toda a extensão do País", referiu, argumentando que essa situação não regista melhorias substanciais, e que o resultado do Censo será insuficiente para representar adequadamente a população.

"O Governo falhou na programação, na logística e na gestão dos recursos humanos. Não tendo concluído o Censo no prazo internacionalmente recomendado, está agora, apesar do seu alargamento, envolvido em muitas incertezas e dificilmente terá um resultado fiável e confiável, quer para entidades nacionais, quer para organizações internacionais", referiu, sublinhando que o Governo não proporcionou os meios materiais e financeiros necessários à realização do Censo de forma exitosa, como aconteceu no último em 2014.

Falando sobre a legalização da PRA-JA Servir Angola, a FPU diz ter acolhido com entusiasmo a legalização deste projecto político pelo Tribunal Constitucional, salientando que foi uma vitoria "suada" dos seus membros.

" A Frente Patriótica Unida felicita os membros da comissão Instaladora do PRA-JA Servir Angola pela sua resiliência nesta luta pela legalização, que durou cerca de cinco anos. A Frente Patriótica Unida apreciou a posição de pressão da opinião pública angolana, que sempre pôs em causa os chumbos do Tribunal Constitucional sobre a constituição do PRA-JA", disse o presidente da UNITA.

"A FPU está ciente que tudo fará para abortar os intentos do regime para combater a Frente Patriótica Unida e estimulará a unidade no seio da Frente Patriótica Unida", disse.

"A Frente Patriótica Unida condena, nos termos mais veementes e enérgicos, os assassinatos políticos de Helvino Dias, assessor jurídico do candidato às eleições presidenciais moçambicanas, Venâncio Mondlane, e de Paulo Nguambe, mandatário do partido Podemos, ocorridos no dia 19 de Outubro de 2024?.

"A Frente Patriótica Unida insta as instituições angolanas e a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), a pronunciarem-se sobre os atentados à vida, sobre a restrição às liberdades de manifestação e a desvirtualização da verdade eleitoral", disse ACJ.

"É tempo de se acabar com os golpes institucionais. É tempo destes golpes merecerem as mesmas punições que são aplicadas aos golpes militares", disse.

Chivukuvuku diz que não é aliado do regime

O coordenador do PRA-JA Servir Angola negou ser agente do regime, porque quando foi chamado para integrar o Conselho da República, telefonou aos seus parceiros da FPU.

"O Presidente da República, de acordo a Constituição, tem prerrogativas de convidar certas individualidades para fazerem parte do Conselho da República. Foi isso que aconteceu com o meu caso", disse Abel Chivukuvuku.

"Consultei antes de aceitar o convite do Presidente da República os membros da FPU, a minha família, e estes aceitaram", acrescentou.

Por outro lado, o deputado Francisco Viana, que representa a sociedade civil na FPU, criticou a vinda a Angola do Presidente dos Estados Unidos de América em, frisando que vem para apoiar a ditadura.

"É uma vergonha a sua vinda. Ele está em fim de mandato, só vem para fazer os seus negócios", apontou.

O deputado pediu ao Governo português para apoiar o processo democrática em crise, sobretudo nos países de língua oficial portuguesa.